Sinal do tempo

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O governador esperou que o soldado erguesse a porta do calabouço para adentrar no cubículo mal iluminado da prisão. Seus olhos escuros e brilhantes cravaram na figura masculina. Lentamente, Obito andou na direção de Itachi que desprendeu a cabeça da parede e o encarou com os mesmo olhos escuros antes de se levantar.

As correntes fizeram barulho quando Itachi se pôs de pé.

— Olá, Itachi. — Obito falou quando parou perto dele.

O outro continuou encarando-o sombrio. Os cabelos estavam soltos sobre os ombros, as roupas não eram diferentes das dos outros prisioneiros. Maltrapido, não parecia em nada com o homem que integrou a guarda romana por anos.

— O que você veio fazer aqui? — perguntou Itachi, ponderando o tom de voz grave.

— Preciso ouvir sua versão do caso antes de tomar uma decisão. Espero que aproveite sua chance para falar a verdade.

Itachi riu com pouco caso.

— Qual verdade você quer ouvir? — ele indagou em tom petulante. — Não tente me humilhar mais do que está fazendo, Obito. E trate de me tirar daqui. Você não tem direito de manter-me preso junto com esses outros animais.

— Você não deveria falar assim, na condição que se encontra.

Subitamente, Itachi virou-se contra a parede e por um instante tentou socá-la para extravasar a raiva que o dominava. Conteve-se, voltando a encarar Obito.

— Isso é mentira! Aquela puta da sua filha, armou contra mim!

O silêncio reinou, quando Obito fuzilou-o com o olhar. Sem conter a raiva diante das palavras ferinas do primo, ergueu o punho e o socou com força.

Itachi cambaleou e caiu de joelhos. Um chacoalhar de correntes ecoou por todo ambiente com a queda.

— Procure escolher melhor suas palavras. — Obito falou em tom ameaçador.

Jogando os cabelos para trás com um meneio de cabeça, Itachi olhou pelo canto do olho tentando ver o primo. Se não tivesse acorrentado tentaria a sorte de matá-lo, mas o miserável estava acompanhado por três guardas e provavelmente um exército se encontrava do lado de fora.

Escolhendo o caminho mais humilhante e que possivelmente pudesse se livrar de quaisquer que fossem as punições, Itachi conteve a raiva.

— O que você quer saber?

— Você tentou contra Himawari.

— Já disse que foi uma armação. — ele rebateu. — Ela surgiu em meu quarto. Você sabe como sua filha é. Sabe o quanto me perturbou por todos os cantos do palácio.

— Você a machucou.

— Claro! Ela não parava de gritar. — Itachi conseguiu se erguer e voltou a afastar uma mecha do cabelo do rosto. — Ela pediu para rasgar-lhe o vestido. Foi tudo um plano para me incriminar.

— Eu sei.

Itachi ergueu-lhe o olhar, surpreso.

— Então por que esse interrogatório?

Obito demorou um fim de minutos encarando-o. O rosto dele contraindo-se.

— Se Himawari tentou incriminá-lo. Diga-me por quais motivos faria isso?

— Não faço a menor ideia. — Itachi retrucou seco.

— A celta. — Obito usou o termo que mais abrangia o vocabulário de Itachi quando se referia a sua esposa. — Tem algo a ver com ela?

O gladiador de PompéiaOnde histórias criam vida. Descubra agora