Ela é mandona, mandona demais. A postura imperativa em cima do salto assusta e afasta quem deve ficar longe. Não gosta de gente fraca. Gosta dos fortes, justamente por serem oponentes a altura.
É uma leoa e, se não for aguentar toda essa potência, melhor não provocá-la.
Mas toda essa imponência esconde um lado que fica no escuro... que se apresenta nos momentos certos, é quando a leoa vira gatinha.
O mistério lhe atrai, a curiosidade, tal como Ícaro, lhe aproxima do Sol.
E como todo caçador, tem um excelente faro, pro perigo e pro desejo. Quando toda a razão lhe faz descartar as possibilidades e os desejos, algo lá no seu íntimo vibra e ela reconhece de longe alguém a quem se submeteria.
Submeter-se. Sugira isso a ela, quando o lado leoa está no comando, e provavelmente ela vai te consumir com as garras.
Ela não vai admitir, mas é ali nos momentos de submissão que ela é ela de fato. É quando a razão briga com a emoção, mas no fim ela se entrega.
Ela é ela, quando escuta um "fica de quatro, cadelinha" e quer se levantar, correr, se indignar, mas simplesmente obedece...obedece e empina a bunda e sente seu sexo umedecendo. O corpo traindo.
Aliás, é o corpo que entrega tudo.
É a respiração que se ofega só de ler um "Você é MINHA". O rosto que enrubesce com uma pegada na nuca.
"Você já tem todos os orçamentos, Anita? Anita!"
E no meio de um devaneio, misturado com lembranças da última transa, que ela saiu do seu mundinho, sendo bruscamente puxada para a realidade.
"Sim, tenho sim. Tudo salvo no meu email".
Ninguém ali presente naquele reunião percebeu, ela reassumiu a postura em milésimos de segundo. Ninguém, exceto ele. Parecia completamente alheio a tudo, mas a observava de canto de olho. Ele tinha notado o rubor, a respiração levemente alterada e o susto ao ser trazida pela realizada. Foi sutil demais pros demais perceberem, mas não pra ele. Anita o observava há pelo menos 5 meses, desde que começaram a trabalhar juntos. Quieto, tímido, mas extremamente observador, o que era totalmente perceptível dado as comentários pontuais, nas horas certas.
Apesar de quieto, era uma boa companhia, pelo menos profissionalmente, alguém fácil de conversar, fluía de forma leve. Mas até então uma incógnita. A razão dizia que era um cara calado e misterioso, só. O coração dizia que tinha algo mais ali.
Aparentemente o destino iria favorecer essa descoberta. Precisavam finalizar algumas coisas naquele dia, o trabalho se estendeu e acabaram bem depois do horário, a conversa estava leve, ele era engraçado, decidiram ir pra um barzinho próximo.
Falaram da vida, de amenidades e quando o álcool começou a subir, o tom da conversa mudou. Não querendo que a conversa tomasse rumos perigosos, pelo menos não por enquanto, Anita disse que precisava ir.
Pegou a chave do carro e começou a se levantar, quando ele, a olhando nos olhos, disse: "Senta, vc não vai dirigindo, seu carro fica e você vai de Uber ou de carona comigo"
Anita riu, achando graça da situação, agradeceu e fez menção de se levantar novamente.
Ele a segurou pela mão. "Não é um pedido". Pediu a conta e saiu com uma Anita atônita ao seu lado.
Ela nem titubeou, acatou imediatamente a ordem e entrou no carro dele.
Pelo caminho, o silêncio se seguiu, ela não queria acreditar que aceitou um ordem dele tão facilmente, o que ele estaria pensando sobre ela?
Ele a deixou em casa, não sem antes prometer "Te pego 8:30h, pra vc pegar seu carro, não se atrase"
Anita só concordou com a cabeça e o carro saiu, deixando apenas promessas pro dia seguinte.
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Faces de Anita
FantasyEla é mandona, mandona demais. A postura imperativa em cima do salto assusta e afasta quem deve ficar longe. Não gosta de gente fraca. Gosta dos fortes, justamente por serem oponentes a altura. É uma leoa e, se não for aguentar toda essa potência, m...