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Hermione apareceu em um vestíbulo escuro. Era uma sala imaculada e vazia. Uma mesa redonda preta e laqueada estava no centro da sala. Havia um grande buquê de flores brancas sobre a mesa.

Ela se virou lentamente. Ela não queria perder nenhum detalhe, mas as abas estúpidas do chapéu agiam como antolhos. Ela só podia ver o que estava à sua frente.

Uma grande escada estava à direita. Corredores frios levavam para a escuridão e para dentro da casa. Era uma mansão enorme com base na largura da escada.

— Olá, sangue-ruim.

Uma voz fria a fez congelar.

Virando-se lentamente, ela encontrou Draco Malfoy.

Ele estava mais velho.

Sua última lembrança dele foi no quinto ano, quando ele estava na Brigada Inquisitorial. Ele tinha ficado mais alto. Mais alto do que ela, e seu rosto havia perdido todo traço de infantilidade. Havia uma brutalidade perigosa e refinada na maneira como se portava.

O jeito que ele olhou para ela...

Seus olhos eram como os de um lobo; frio e selvagem.

A letalidade nele era palpável. Quando ele a olhou, ela teve certeza, ele poderia se inclinar para frente e cortar sua garganta enquanto olhava em seus olhos. E então, daria um passo para trás, apenas por precaução para que ela não sujasse seus sapatos com sangue.

Ele era o Alto Reeve.

A mão direita de Voldemort. Seu carrasco.

O número de amigos dela que ele havia assassinado: Ginny, McGonagall, Moody, Neville, Dean, Seamus, Professora Sprout, Madame Pomfrey, Flitwick, Oliver Wood... a lista continuava. Além daqueles que foram torturados até a morte imediatamente após a batalha final - todas as pessoas que ela sabia que estavam mortas após a guerra - o Alto Reeve os havia matado.

As meninas sussurraram para ela durante as primeiras noites. Contando a ela sobre o mundo de horror que ela havia perdido enquanto estava trancada em Hogwarts.

Ela não tinha pensado que poderia ser alguém que ela conhecia.

Alguém tão jovem.

O terror brotou dentro dela. Ela não tinha certeza do que fazer para lidar com o choque.

Antes que ela pudesse reagir - ou mesmo processar a percepção - os olhos dele se prenderam nos dela, e ele abruptamente abriu caminho em sua mente.

A força quase a fez desmaiar.

Sua intrusão mental era como uma lâmina, entrando direto em suas memórias. Ele cortou a frágil barreira que ela tentou erguer com os fragmentos de magia interna que ela podia convocar. Ele perfurou suas memórias bloqueadas.

Era como ter um prego enfiado em sua cabeça.

A precisão e a força implacável.

Ele não parava de tentar romper. Parecia quase pior do que a maldição cruciatus. Durou mais do que a maldição da tortura poderia sem deixar o destinatário louco.

Quando finalmente parou, ela se viu deitada no chão. Malfoy estava de pé sobre ela, olhando-a enquanto ela estremecia com o trauma de sua intrusão.

— Então, você realmente esqueceu tudo — ele disse enquanto a avaliava. — O que você pensa que está protegendo nesse seu cérebro? Vocês perderam a guerra.

Ela não pode responder.

Não tinha resposta.

— Ah, bem — ele disse, endireitando suas vestes ligeiramente. — O Lorde das Trevas teve a gentileza de enviar você para mim. Se em algum momento você recuperar suas memórias, serei o primeiro a saber.

Manacled | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora