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Junho de 2005

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Junho de 2005

Recuperar a consciência foi como cair no chão depois de uma queda interminável.

A cabeça de Hermione latejava; uma dor agonizante e sangrenta, como se sua mente tivesse sido arrancada e despedaçada. Ela tentou se levantar de onde estava deitada, mas seu corpo não conseguia se mover adequadamente. Os movimentos foram bruscos e suas mãos tremeram.

Ela mal conseguia ver. Ela tentou se levantar, mas seu braço tremia e não suportava seu peso. Ela tentou respirar. Seu coração estava acelerado, uma batida rápida e dolorosa em seu peito.

Ela estendeu a mão trêmula na escuridão tentando se orientar.

Algo tocou seu ombro. Ela gritou e se virou.

Draco estava parado ao lado dela, seu cabelo claro visível no escuro. Ela se afastou, mas depois congelou e olhou para ele. Seu coração estava na garganta. Ela o estudou com os olhos arregalados.

Ele estava mais velho.

Seu rosto era o mesmo, mas seus olhos eram mais velhos, como se já tivessem passado décadas desde que ela o viu. Sua expressão era fechada, mas seu olhar era familiar e atento enquanto ele estava ao lado da cama dela.

— Você ainda está vivo — disse ela. Sua garganta estava seca e sua voz falhou com alívio. — Achei que você tivesse morrido.

Ela começou a se aproximar instintivamente dele. Ele estava vivo. Ele ainda estava vivo. Ela o manteve vivo.

Seus olhos se arregalaram.

"Ginny. Ela foi o primeiro corpo que trouxeram."

Sua mão congelou.

Tudo a atingiu. Algemada. Presa na Mansão Malfoy para ser substituta.

Ele era o Alto Reeve.

O terror brotou dentro dela. Seu sangue gelou. Ela sentiu como se tivesse sido atingida tão brutalmente que morreria por causa disso.

Ela deu um suspiro irregular e puxou a mão de volta. Sua mandíbula tremeu e ela se afastou dele com as mãos trêmulas até chegar ao outro lado da cama. Ela deslizou do colchão e se ajoelhou no chão, olhando para ele do outro lado da cama enquanto lutava para respirar. Tentando conciliar tudo.

Era Draco. Ele ainda estava vivo.

Mas ele a machucou. Ele a estuprou. Ele disse a ela que não a queria; que ele mal podia esperar para matá-la.

Ela se sentia como um animal ferido atropelado na estrada, desnorteado e morrendo, tentando desamparadamente encontrar uma maneira de escapar e se esconder. Ela queria um canto escuro onde as coisas parassem de doer.

O que aconteceu?

Enquanto ela tentava pensar, uma dor agonizante percorreu seu cérebro tão abruptamente que sua visão desapareceu. Um gemido angustiado escapou por entre seus dentes. Ela enterrou o rosto nas mãos enquanto lutava para se manter consciente e tentava se lembrar apesar da dor cegante em sua cabeça.

Manacled | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora