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Quando Hermione abriu os olhos, já era tarde da noite. Virando a cabeça, ela encontrou Malfoy parado em frente ao retrato na parede, falando com ele em voz baixa.

A bruxa da pintura imediatamente percebeu o movimento de Hermione e gesticulou por cima do ombro dele. Ele parou de falar e virou-se para olhar para ela.

Ele parecia cansado e singularmente desanimado com sua paternidade iminente.

Hermione sentiu como se fosse vomitar.

Ela fechou os olhos com força, enrolou-se em uma bola defensiva e tentou não começar a chorar novamente. Ela podia ouvir o som dos sapatos de Malfoy quando ele atravessou o quarto e se aproximou da cama dela.

Houve um longo silêncio e ela pôde sentir o olhar dele sobre ela. Ela apoiou o queixo no ombro e desejou que ele se afastasse.

— Você não tem permissão para se machucar ou fazer qualquer coisa que cause um aborto ou aborto espontâneo.

Não foi uma declaração, foi uma ordem. Ela podia sentir a onda de calor em torno de seus pulsos.

— Tenho certeza de que você tentará racionalizar isso como algo protetor, na tentativa de contornar as compulsões, mas não é. Você não tem permissão para fazer nada para interromper sua gravidez.

Ela podia sentir as lágrimas no canto dos olhos e soluçou fracamente.

— Topsy, irá monitorá-la em tempo integral agora, para garantir que você não experimente nenhum infortúnio, como tropeçar nas escadas ou mastigar um raminho de teixo. Ela já cuidou de bruxas grávidas antes, então ela sabe bem o que você pode ou não comer ou beber. Ela tem minha permissão para contê-la imediatamente se você tentar alguma coisa.

Hermione não disse nada. Malfoy permaneceu parado ao lado da cama dela por vários minutos antes de suspirar levemente. Ela ouviu seus passos se afastando e o clique da porta.

Ela ficou na cama e alternou entre chorar e dormir; enrolada com força, envolvendo os braços em volta da barriga de forma protetora.

— Desculpe. Desculpe. Sinto muito, muito mesmo — ela sussurrou repetidas vezes. — Eu faria qualquer coisa para poupá-lo deste mundo.

Malfoy reapareceu depois de quatro dias.

— Você não pode ficar deprimido por nove meses — disse ele. — Você precisa comer. Você deveria ir lá para fora.

Hermione o ignorou e esperou que ele fosse embora. A menos que ele pretendesse forçá-la a sair da cama, ela não tinha intenção de se mover. Houve um longo silêncio. Ela podia sentir os olhos dele sobre ela.

— Tenho algo para você — ele finalmente disse.

Ela sentiu algo pesado pressionar a colcha e abriu um olho. Havia um livro grosso ao lado dela. Um guia para cuidados eficazes na gravidez e no parto mágicos.

Ela fechou os olhos novamente.

— Não posso tocar nos seus livros — disse ela, torcendo a boca enquanto falava e a voz tremendo levemente. — Astoria protegeu todos eles contra sangues-ruins.

— Isto não é da biblioteca da mansão. — O tom de Malfoy era levemente divertido. — Não vai queimar você.

Houve uma pausa.

— Espero que você saia da cama amanhã.

Depois que ele saiu, Hermione abriu os olhos novamente e estendeu a mão timidamente em direção ao livro, apoiando um dedo levemente na capa. Não houve sensação de queimação quando ela entrou em contato com ele.

Manacled | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora