Agosto de 2002
O uísque de fogo queimou intensamente em sua garganta e instantaneamente as batidas de seu coração diminuíram ligeiramente. A sensação quente de coragem se espalhou por seu peito.
Ela inclinou a garrafa na direção de Draco, e ele a pegou da mão dela e tomou um gole. Seus olhos estavam fixos nos dela até que ele o abaixou. Então ele olhou ao redor da sala vazia em que estavam. Puxando a varinha de um coldre amarrado em seu braço direito, ele a sacudiu e conjurou um sofá de dois lugares.
Hermione lançou-lhe um olhar.
— Não vou atravessar um sofá toda vez que passarmos a garrafa — disse ele. Depois acrescentou em tom zombeteiro: — Posso conjurar um banco de cortejo se você precisar de uma barreira.
Seus olhos eram provocadores. Ele ainda estava sem camisa.
— Ou você poderia ter conjurado alguns copos — ela retrucou, lançando-lhe um olhar penetrante. Ela se deixou cair no pequeno sofá e esperou que ele fizesse o mesmo.
Ele se abaixou, apoiando a mão no encosto do sofá, atrás do ombro dela, e se inclinou sobre ela, colocando a garrafa em sua mão
— Sua vez. Você tem muito o que conversar — ele disse em voz baixa antes de se sentar ao lado dela. Ele estava muito mais perto do que precisava estar.
Hermione tomou outro gole e ele a observou. Quando ela tentou devolvê-la, ele hesitou e indicou que ela continuasse.
— Você vai se arrepender quando eu começar a chorar em cima de você — ela disse, ficando mais uma vez desconfiada sobre o quão bêbado ele estava. Ela já podia sentir que estava começando a atingi-la. Ela tinha jantado e isso foi horas antes. Uma sensação quente e entorpecente estava começando a tomar conta dela.
— Você não chorou tanto — disse ele, recostando-se com cuidado. Então, descobrindo que não doía, ele afundou no encosto do sofá com um suspiro audível. — Eu não tinha ideia do quanto sentia falta de me apoiar nas coisas.
— Tenha cuidado nos próximos dias — Hermione disse entre goles. — Se você for descuidado enquanto elas estiverem endurecendo, a pele pode rasgar e terei que refazer algumas partes. Se você quiser, posso continuar vindo. Se eu continuar tratando-as por mais alguns dias, você nem conseguirá senti-las. Pelo menos... não o aspecto físico delas.
Ele sorriu para ela e balançou a cabeça como se estivesse incrédulo.
— Existe alguém por quem você não se sente responsável? — ele perguntou.
Hermione não respondeu à pergunta e tomou outro gole de uísque de fogo. Lágrimas de repente picaram os cantos dos olhos dela.
— Todos os meus amigos estão bebendo esta noite. Eles me convidaram, mas eu não pude ir — ela disse abruptamente.
Ele ficou quieto por um momento.
— Desculpe. Poderíamos ter remarcado — disse ele.
Hermione zombou.
— Certo. Eu simplesmente deixaria você com lacerações nas costas por mais um dia para poder beber. De qualquer maneira, não é como se eu pudesse beber com eles. Eu provavelmente entraria em alguma briga violenta com Harry e Ron.
Ela começou a chorar e chorou por vários minutos. Enquanto ela chorava, Draco arrancou a garrafa de seus dedos e começou a esvaziá-la. Quando os soluços dela finalmente se transformaram em fungadelas, ele riu.
— Sabe — disse ele secamente — se algum dia eu tivesse que interrogá-la, acho que deixaria de lado a tortura e a legilimência e simplesmente derramaria uma garrafa de uísque de fogo na sua garganta.
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Manacled | Dramione
FanfictionPara maiores de 18 anos. Fanfic concluída. Harry Potter está morto. Após a guerra, a fim de fortalecer o poder do mundo mágico, Voldemort realiza um esforço de repovoamento. Hermione Granger tem um segredo da Ordem, perdido, mas oculto em sua mente...