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Julho de 2005

Bobbin trouxe mingau para o café da manhã na manhã seguinte. Hermione não estava com vontade de comer e ignorou a bandeja enquanto andava pelo quarto.

Draco não tinha voltado desde que saiu para ver seu pai. Ela estava cansada de esperar. Ela não iria simplesmente ficar sentada impotente em seu quarto e esperar que Ginny viesse e Draco morresse.

Ela caminhou até a porta e a abriu com um puxão.

— Não! — Uma voz aguda gritou.

Hermione quase pulou e se virou para descobrir que Narcissa havia saltado da cadeira e parecia prestes a tentar sair de seu corpo.

Hermione olhou com os olhos arregalados para Narcissa, com a mão no peito. Seu coração parecia ter saltado para dentro de sua boca.

Narcissa olhou para ela.

— Você não pode sair. Draco não está na propriedade. — Sua voz era afiada e imperiosa.

Hermione de alguma forma pensou que ela pareceria mais quebrada. Ela respirou fundo e olhou para Narcissa com cautela. — Você pode dizer?

Narcissa deu um breve aceno de cabeça. — A magia da propriedade conhece.

Hermione fechou a porta lentamente e caminhou até o retrato. Ela estudou Narcissa, anotando as características que Draco havia herdado. A mesma boca. Os mesmos maneirismos. Na escola, ela pensava que Draco se parecia inteiramente com o pai, mas agora ela via como Narcissa brilhava sutilmente através dos traços e feições Malfoy de Draco.

— Eu quero salvar seu filho — disse Hermione.

A boca de Narcisa franziu-se com força e ela ergueu uma sobrancelha. — Você não pode. Se você realmente achasse que poderia, não estaria andando pela sala como um nundu enjaulado.

Hermione não piscou. — Draco morrerá se eu não fizer alguma coisa.

A expressão de Narcissa fraturou brevemente, depois suavizou e ela desviou o olhar. — Há coisas piores do que morrer. — Ela endireitou o punho da manga. — Você não sabe como era meu filho quando você desapareceu. Você não tem ideia.

Foi estranho ver uma adolescente referir-se a um homem quase uma década mais velho que ela como seu filho.

— Eu o salvei.

— Você não precisaria se tivesse saído mais cedo do jeito que ele implorou. Havia outras pessoas que eram mais importantes para você do que fazer o que ele pedia — disse Narcissa, com a voz fria.

Ela era tão jovem, Hermione percebeu. Os retratos não evoluíram nem amadureceram, permaneceram como eram. O fato de o retrato de Narcissa mostrar sinais de qualquer trauma mostrava o quão profundo ele havia sido. Fundamentalmente, ela ainda era Narcissa Black, de dezesseis anos e cheia de arrogância romântica.

— Por que Narcissa não fugiu quando Draco pediu? Por causa de Lucius?

O retrato de Narcissa enrijeceu. — Não. Lucius é... ele... ele... — sua máscara se desfez. — Ele me amava – ela – mais do que tudo. Ela queria ir – depois do torneio tribruxo – mas Lucius jurou que Draco não teria que receber a marca. Quando ele foi preso, ela tinha certeza de que o Lorde das Trevas viria atrás de Draco. Ela iria levá-lo quando ele voltasse da escola. Mas... o Lorde das Trevas veio aqui primeiro. Então... então... então depois...

— Ela ficou para mantê-lo vivo — disse Hermione. — Draco não teria continuado tentando quando soubesse que ela estava segura. Ele estaria morto em questão de semanas.

Manacled | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora