Capítulo 1

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Lari

Acordo cedo e vejo que elas ainda estão dormindo, coloco apenas uma camisa qualquer e depois de escovar os dentes desço até a padaria ja que daqui a pouco iria na rodoviária encontrar minha prima que chegava no Rio de Janeiro hoje.

- bom dia tricolor! - o dema diz sorrindo

- bom dia dema, hoje eu vou querer dez! - falei no balcão

- acordou com fome hein são paulina

- morrendo de fome!

Peço pra ele uns frios também pra acompanhar e uma coca pro almoço, aqui todos me conheciam como "tricolor", "são paulina" ou "paulista". O motivo, é torcer pro melhor time do mundo e também por ter me mudado de São Paulo pra cá há alguns anos.

A história é complicada, meu pai traiu a minha mãe e se casou com a outra. A minha  irmã era pequena, ainda é na verdade, e na época a minha mãe sofreu um "acidente de trabalho" e como ela é servidora pública, gerou um processo bem caro capaz de pagar um apartamento no Rio.

Ja que ela disse que não queria ver a cara do meu pai nunca mais a gente se mudou pra cá, quando isso aconteceu eu fiquei morrendo de raiva dele por ter feito isso com a nossa família mas aos poucos fui voltando ao normal. Mas a nova esposa dele, não me desce de jeito nenhum e nem adianta forçar.

Ja a Emilly, minha irmã mais nova, adora ela por que é bem fácil comprar uma criança de 6 anos. É um casos de família que não acaba mais, porém ele ainda é um ótimo pai, só foi um péssimo marido pra minha mãe.

Sobre mim, foi bem difícil deixar minha família e meus amigos pra me mudar pro Rio mas com o tempo fui me acostumando e fazendo amizades, no trabalho e na época que cursava técnico também.

Homens? Eu realmente não me interessava em nada sério até por que só conhecia idiotas. Tinha o Nicolas, alguém que eu ja gostei quando cheguei aqui mas hoje é só amizade que rola. Mas fora ele, eu aproveitava minha vida de solteira ao máximo.

Assim que sai da padaria voltei pra casa e as bonitas aindas estavam dormindo, fiz um pão com queijo, tomate, orégano, azeitona e esquentei no micro-ondas e com um copo cheio de Nescau. Eu odiava café. Fiquei mexendo no celular e vendo que horas minha prima ia chegar.

- bom dia Lari - a Emilly diz saindo do quarto e me dando um beijo

- bom dia Emilly - falei - quer um pão?

- quero! Você vai buscar a Lua? - minha irmã pergunta

- vou, mais tarde - falei fazendo um pão pra ela

- posso ir com você?

- não, da próxima você vai 

Fiquei ali enrolando e quando minha mãe acordou, fui tomar um banho pra ir a rodoviária. Coloquei só uma blusinha de alça, um shorts e um all star branco. Meu cabelo era curto e eu gostava dele assim, bem liso e com as pontas onduladas abaixo do ombro.

Peguei um uber pra rodoviária e fiquei la esperando, minha prima me mandou a foto quando tava chegando e assim que vi uma loira descendo do ônibus tenho certeza que é a Luana. Logo ela me vê e vem correndo me abraçar.

- o que aconteceu com seu cabelo? - Lua pergunta brincando

- me irritei e cortei de uma vez - falei rindo - e o seu? Loira? Da onde veio isso?

- me irritei também ué - Lua diz rindo - e como está o pessoal na sua casa?

- bem, me deixando doida mas é normal - falei - sabe que a Emily não vai te deixar descansar né

- descansar? Olha esse sol, querida a gente vai por um biquíni e ir pra praia

- ah vamos sim, vai nessa - falei com deboche

- com certeza a gente vai, quero ver se os cariocas são tudo isso mesmo

- não entra nessa, que macho é tudo igual - falei

A Luana passou o caminha inteiro me enchendo o saco pra gente ir e acabei me irritando e concordando pra ver se ela fica quieta. Passamos em casa e depois dela matar a saudade da minha mãe, coloquei o biquiní por baixo da roupa e fomos. Tenho que concordar que tava um dia lindo mesmo.

A.N.A.R.C.O.SOnde histórias criam vida. Descubra agora