Capítulo 48

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LARI

Ainda andando pelas lojas e assim que vejo uma blusa branca de manga com elástico no meio, realçava os peitos e eu achei linda. Então acabei entrando la loja pra comprar e na fila do caixa fiquei surpresa em ver a Elaine, mãe do Nicolas.

- Lari, quanto tempo! - ela diz

- Oi Elaine - falei meio sem jeito

- Como foi o fim de ano? Lá em casa ta uma correria enorme com a minha família por lá mas eu pedi pro Nicolas cumprimentar vocês - ela diz sorrindo - mas do jeito que ele ta avoado esses dias, capaz de ter esquecido

- é ele deve ter esquecido - falei me fazendo de sonsa - mas você disse que a sua família passou o fim de ano por aqui? Ele não me disse nada

-  umas primas nossas com os filhos, não muita gente - Elaine diz

- deve ter sido bom - falei - eles vieram de muito longe?

- não muito Lari, do interior mas como um dos filhos tem que voltar pro quartel não vai demorar muito pra eles irem! Você devia ir passar la pra conhecer - ela diz - o Nicolas ja falou de você aos quatro ventos

- é que como a minha tia também veio visitar ai é bem difícil ter tempo - falei e parei por um segundo - você disse quartel?

- é, aqueles quartéis militares! Ué, o Nicolas não te disse sobre o primo dele? - ela pergunta e eu nego - não fui só eu que tive a felicidade de ter dois filhos homens e bom, aos 18 tem que se alistar

- o Nicolas comentou alguma coisa parecida comigo uma vez - menti - mas não me lembro do nome dele

- Marcelo - ela diz

- isso! - falei - se eles não forem embora, com certeza vou querer visitar eles depois!

- vai sim Lari, vão adorar você!

Logo depois a fila anda e eu fico ali pensando, então o Eduardo não era o único militar da família. Tinha mais alguém e que o Nicolas fez questão de esconder de mim. Depois de pegar a blusa e sai da loja, pensei se não deveria ir falar com o alemão sobre isso.

Por que o que o morro sabia era só que o falecido irmão dele era militar e não tinha pra quê puxar a ficha de um morto mas de um primo vivo, seria bem mais e talvez ele não estivesse aqui atoa. Então sai do shopping e andando pelas ruas peguei um ônibus que levava o mais próximo do morro.

Não era muito próximo mas o ônibus me deixou umas ruas antes e quanto mais perto eu chegava, mais ouvia barulhos. Não eram exatamente tiros mas gritos estridentes, perto da rua do morro eu estava prestes a atravessar quando vi um carro rasgando o pneu então pra tentar desviar me joguei pro lado.

Mas o carro também foi pro outro lado o que me fez cair com a perna em cima de uma pedra, ali eu senti uma dor desgraçada e quando tentei firmar a perna no chão, não consegui. Doía demais. Quando o cara sai do carro fico surpresa em ver o alemão vindo até mim. Aquele não era o carro dele.

- que merda tu tava fazendo no meio da rua? - ele  pergunta

- eu tava atravessando a rua, foi você que acelerou - falei

- e tu não olhou pro lado não porra? Ta cega?

- você não viu não? - perguntei

- vai levanta daí - alemão diz me entregando as sacolas

- não consigo - falei deitada no chão

- ah tu ta me zoando! Vai logo caralho, ta rolando um baguio no morro e eu preciso ir logo

- eu não consigo nem colocar a perna ta chão, ta doendo demais - falei com os olhos cheios de lágrimas e então o alemão se abaixa e tenta mexer nela - PARA! PARA! PARA!

- tu perna ta torta - ele diz  - como é que...?

- na hora do baque eu cai com ela em cima de uma pedra - falei

- CARAI TODA VEZ TU INVENTA COISA - alemão diz

- EU? VOCÊ EM VEZ FE FREIAR, ACELERA! - gritei brava

- que merda tu veio fazer aqui hein? Justo na hora que os cara invadiram o morro

- o primo do Nicolas é militar e também ta aqui no Rio então provavelmente ele deve estar ai no meio - falei e o alemão me encara

- como é que tu sabe?

- eu encontrei a mãe dele no shopping e ela me disse - falei e ele me olha levantando - aonde você vai? NÃO ACREDITO QUE VAI ME DEIXAR AQUI!!

- E QUER QUE EU FAÇA O QUE CARALHO? TE LEVE PRO MEIO DA FAVELA COM O TIROTEIO ROLANDO?

A.N.A.R.C.O.SOnde histórias criam vida. Descubra agora