Capítulo 10

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Lari

- sai fora alemão - falei revirando os olhos e continuei andando

- entra ae, vamo ali - ele diz no carro

- depois eu que fico te perseguindo - falei

- tu não falou me queria, to aqui!

-  isso foi antes! - falei - e eu to com a minha prima!

- eu tava pensando só nóis dois mas se tu quiser chamar ela, até curto uma brincadeira - ele diz sorrindo

- o que tem de bonito, tem de otário - falei revirado os olhos

- o que eu tenho de que?

- você é um otário do caralho, e não vou pra lugar nenhum com você - falei - agora tira o carro da frente

- entra ae, prometo que tu não vai se arrepender

- vai se fuder!

Falei dando a volta no carro e indo até a Lua que me olhava sorrindo, ela não diz nada e vamos andando. Mas o alemão é insistente e continua a andar com o carro do meu lado, entrar com ele não seria má ideia porém não queria que ele sentisse que ganhou. Ou que me tem quando ele, quer.

- ele te seguindo a gente - Lua diz

- é só não olhar - falei

- por que você não para de fingir que não quer ir? - Lua pergunta enquanto a gente anda

- fica quieta e olha pra frente - falei irritada

- se você quiser ir, eu sei ir pra casa

- não sabe não

- ta bom, não sei mas eu posso chamar um uber - ela diz parando na calçada - se fosse eu, com certeza ia

- é eu vi, aquele dia do bar - falei

- eu ja pedi desculpas, e pensei que você tava vindo atrás - Lua diz - Lari se quer pegar o cara, mesmo que ele seja um otário como você praticamente gritou na rua, pega mesmo e só se arrepende depois

- não é assim - falei vendo que o carro ainda tava la

- é assim sim, tchau! - Lua diz, sai andando e me deixa falando sozinha

Por uns instantes fico sozinha ali na calçada, será que a Lua tava certa e eu devia só pegar o alemão? Eu pegaria ele e esqueceria disso depois! Fui andando em direção ao carro e vejo ele distravar, assim que entro vejo a cara dele de convencido que logo aciona a trava.

- não quis chamar tua prima? - alemão pergunta com deboche

- Sinceramente não da - falei tentando abrir a porta e vendo que ta trancada

- relaxa caralho, brincadeira! Ta com RG ai?

- bem direto você né - falei

- tu veio na intenção também não é- alemão diz - ficar enrolando pra que?

- "dar um peão" não é coisa de carioca - falei mudando de assunto

- eu não sou carioca 

Olhei pra ele mais uma vez e o alemão continuou dirigindo, eu tava com receio de continuar o "passeio" mas a Lua tava certa. Eu queria ele mesmo que fosse só por hoje e ai cada um pode seguir sua vida como se nada tivesse acontecido. Pelo menos eu faria isso.

Quando chegamos no motel, era grande e parecia ser bem caro! Ele me olha e eu entrego o RG, ele pega a chave e continua dirigindo até o estacionamento. Assim que saimos vou seguindo ele até o quarto, ta na cara que não é a primeira vez que o alemão vem aqui e eu olhando tudo como se fosse minha primeira vez indo num motel.

Mas esse era o motel, só a entrada ja era chique e assim que entramos no quarto eu fiquei boba. Era enorme, tinha um espelho lindo no teto com lustres, uma cama vermela e redonda,  tinha até uns chocolates ali, e só Ferrero Rocher. O banheiro tinha uma hidro grande e espelhos, muitos espelhos.

Logo vejo o alemão tirar a camisa , que delícia! Ele tinha um braço fechado de tatugens e o outro só no antebraço, tinham dois nomes pequenos na costela e um escorpião bem bonito no pescoço. Encaro aquele corpo e entendo por que to aqui.

- vai vir não? - alemão pergunta sentando na cama

A.N.A.R.C.O.SOnde histórias criam vida. Descubra agora