Capítulo 22

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Alemão

Nem sei por que fiquei puto com aquela mina mas ela conseguiu me irritar, quando Yuri me pediu a ficha do amigo dela aproveitei e puxei a da Larissa também. A novinha morava com a mãe e a irmã, os pais se divorciaram e era supervisora do trampo dela. Também não tinha nenhum ex namorado e era Paulista também.

Eu tava com raiva mas o que me deixou pensativo foi quando cheguei na porta do prédio dela e aquele cuzão tava la, os dois tavam discutindo e por algum motivo a Larissa tava chorando quando entrou no carro. Paro de pensar nessa mina e vou pro morro.

- tu falou com ela? - Yuri pergunta vendo as fichas

- ela disse a merma coisa de antes - falei

- e o que tu vai fazer?

- eu? - perguntei sem entender

- claro porra, tu não ta fodendo com ela?

- tava mas ja foi cara, se ela tem a ver com isso eu quero mais é que essa mina se foda!

- e se ela não tiver no meio?

- qual foi Yuri? Ta boiola agora? - perguntei puto

- eu que pergunto porra, só falar dessa mina que tu ja fica puto - Yuri diz - qual foi alemão, ta apaixonado caralho?

- ta loko Yuri? Ó as graças - falei

- ué, não pode falar dessa mina que tu ja fica estressado - Yuri fala

- claro carai, a mina pode ta tramando coisa e tu ai fazendo piada

- não é com ela que eu to preocupado, tu ja pensou se esse cara tiver usando essa Larissa pra ferrar contigo alemão

- tu sabe que eu não vou...

- eu to ligado porra mas não a mina, ela pode até estar certa - Yuri fala - agora, esse Nicolas é o problema

- pode deixar que eu cuido dele - falei - mas e o vigia, tu vai deixar um X9 na tua linha de frente?

- relaxa que eu sei o que to fazendo, ja to bem mais andiantado que esse cara

Depois de trocar uma idéia com o Yuri voltei pra casa, dei nem ouvidos pros papos torto que ele me deu. Porra de apaixonado, quero nem papo com essa mina mais. Tomei um banho pra esfriar a cabeça e logo desci pra adega la de casa, tomei uma dose de whisky.

Não era bem uma adega mas é como se eu tivesse feito um bar na minha própria cozinha, tinha até uma bancada e cachaça pra porra. A verdade é que eu não queria várias motos ou carros, igual os outros caras. Pra mim, importava o meu conforto, por isso na minha casa tem de tudo, coisa que na infância eu não tive.

Volto pro quarto e enquanto o jogo do timão não começa fico analisando as fichas, eu ia acabar com esse cuzão só por ta me fazendo ter esse trabalho todo e que a novinha não esteja no meio, se não ela vai junto. 

No outro dia fui até a rodoviária e fiquei pensando se comprar as passagens era o certo, minha mãe vai embaçar se vier pra cá mas to tô enrolado nos meus baguio que nem tenho pique pra ir passar o fim de ano lá.

- pra você estar me ligando com certeza aconteceu alguma coisa - minha mãe diz

- não aconteceu nada, osh - falei resmungando

- Então ta ligando pra que?

- não vou poder ir pra Sorocaba esse fim de ano - falei

- o que? Mais por que filho? - ela pergunta

- eu to enrolado aqui mãe...

- ai meu Deus! É a polícia? Felipe eu...

- não é nada disso não carai - falei - tu não quer vir pra cá?

- ir pro Rio de Janeiro?

- é mãe, só se a senhora quiser, se não eu dou um jeito de ir ai depois...- falei - você e o Rafa

A.N.A.R.C.O.SOnde histórias criam vida. Descubra agora