Manu estava muito satisfeita consigo mesma. Não era todo dia que ela se via sentada nas melhores poltronas, assistindo a um dos melhores musicais de Londres com o homem dos seus sonhos, mas hoje foi um desses dias. Era o fim do primeiro ato, e no exato momento em que o musical terminou, o público aplaudiu ruidosamente e se dirigiu para os bares.
"Quer alguma coisa?" ela perguntou a Jullio.
"Não, obrigada. Mas ei, tenho que ir ao banheiro rapidinho." Ele se virou e olhou para a fila enorme. "Estarei de volta em cerca de uma semana," acrescentou ele com uma piscadela.
Manu o observou se afastar ao longo da fileira e em direção ao fundo do teatro. Recostando-se na cadeira, ela soltou um suspiro feliz. Percebendo que teria uma longa espera, ela enfiou a mão no bolso de sua jaqueta e pegou seu celular. Quando a tela se acendeu, ela franziu a testa ao ver que tinha sete chamadas perdidas de sua chefe.
Ela discou rapidamente e levou o telefone ao ouvido.
"Manu, finalmente," a voz cansada de Juliette respondeu.
"Desculpe, estou no teatro. Você está bem?" ela perguntou.
"Estou no hospital. Acho que vou morrer." Juliette respondeu calmamente.
Manu saltou sobre seus pés. "O que? O que aconteceu?"
"Eles não me dizem nada, e estou com essa coisa ridícula no braço e na perna. Exijo que você venha e me tire daqui."
Manu sentou-se enquanto entendia que a situação talvez não fosse tão terrível quanto Juliette a fizera acreditar. "O que aconteceu?"
"O avião caiu," disse Juliette simplesmente.
"Caiu? O que você quer dizer com caiu?" Manu levantou em um salto novamente.
"No chão, Manu. Quebrou." Juliette claramente não tinha vontade de se explicar.
Manu rapidamente conectou seu fone de ouvido e acessou um navegador em seu telefone para ver se conseguia obter algumas informações sobre o que havia acontecido.
"Eu nunca vou voar de novo," anunciou Juliette. "Você terá que se mudar para Nova York."
Manu encontrou uma notícia de última hora e examinou rapidamente o texto e as fotos. "Ok, então o trem de pouso quebrou, eu vejo," ela disse calmamente. "Você está machucada?"
"Eu presumo que sim. Estou em um hospital," respondeu Juliette. "Você ouviu o que eu disse? Nunca mais vou voar."
Manu caiu de volta em sua cadeira. "Há uma enfermeira ou alguém com quem eu possa falar?"
"Eu não sei; Eu fui deixada no quarto apodrecendo."
"Ok. Onde você está? Eu mesma vou ligar para eles."
Manu olhou para Jullio se desculpando quando ele voltou para sua cadeira e olhou interrogativamente para ela. Ela pegou a informação de Juliette e prometeu ligar para ela imediatamente.
"Eu sinto muito. Juliette está no hospital," ela explicou. "Houve algum tipo de acidente e eu preciso ver o que está acontecendo."
"Há algo que eu possa fazer?" Jullio perguntou enquanto Manu procurava na internet pelo número do hospital.
"Sim." Manu olhou para ele com um estremecimento. "Você poderia verificar o próximo voo para Nova York?"
* * *
Assim que Juliette encerrou a chamada com Manu, ela foi até a segunda pessoa mais frequentemente contatada por ela e segurou o telefone no ouvido enquanto esperava a ligação internacional ser conectada. Ela se perguntou sem entusiasmo por que todas as suas pessoas preferidas estavam em outro continente e por que de Nova York para Londres de repente parecia tão distante.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Flight PJA016
FanfictionEstimulada por dívidas gigantescas e cada vez maiores, Viviane Queiroz consegue um emprego na primeira classe da tão prestigiada rota de Nova York para Londres com a Crown Airlines. Uma agenda cansativa com dois transatlânticos significa que ela est...