Capítulo 1

702 35 12
                                    

Obra de E.A. Radley adaptada para Poliette

Se o Primeiro Oficial Arthur Picoli pilotasse o Boeing 747, que era o seu trabalho, com a mesma atitude descontraída com que dirigia seu Chevrolet Camaro vermelho, ele seria demitido da Crown Airlines imediatamente. O loiro, de trinta e poucos anos, driblava o tráfego com uma mão no volante, e a outra ocupada em gesticular para a sua tensa passageira.

"Mas, Vi, você está acostumada aqueles aviões pequenininhos, isso..." ele sorriu, "essa bela peça de engenharia é uma Boeing 747-400, quatro motores Rolls Royce, os melhores do ramo!"

Viviane Queiroz olhava fixamente para frente pelo para-brisa e para o borrão que eram os outros carros que estavam passando, se ela ia morrer, ela queria saber o que foi que finalmente a levou deste mundo.

"E quais são as chances de que ocasionalmente fazermos o mesmo horário?" Arthur perguntou retoricamente enquanto ele batia a mão no volante com um sorriso brilhante e um aceno de cabeça, "funciona perfeitamente, eu posso leva-la para o trabalho e traze-la de volta nesses dias. Eu tenho que admitir que essa viagem estava começando a ficar chata, mas agora eu tenho alguém para conversar."

Ele virou-se para Viviane e sorriu amigavelmente e ela sorriu de volta rapidamente para que ele voltasse a focar seus esforços em dirigir como um foguete. Ele voltou a olhar para a estrada à frente e bateu o pé no freio e rapidamente saiu de trás de um carro que se juntou à estrada a uma velocidade menor.

"Você está bem?" Arthur perguntou com uma careta quando começou a perceber que sua passageira não dissera uma palavra desde que entraram no carro a vinte minutos atrás.

"Sim," Viviane respondeu rapidamente e piscou para se recuperar de seus devaneios, "sim, desculpe Arthur, eu só estou um pouco desligada. Nervosa, eu acho."

"Você vai se sair bem!" disse Arthur entusiasmado, "você fez todo o treinamento, e está preparada."

Viviane riu do entusiasmo infantil do homem para tudo, "É a primeira vez que eu servirei passageiros de primeira classe, e verdadeiros! Não apenas as pessoas do curso de treinamento fingindo um sotaque elegante."

"Você vai ficar bem," riu Arthur, "quão ruim pode ser?"

"Três semanas de treinamento intensivo antes mesmo de você ser permitido a fazer um voo real diz que eles acham que pode ser bem ruim" Viviane riu, "isso não é nada parecido com o que eu estou acostumada. No meu antigo trabalho não tinha diferentes classes, você apenas os sentava, conferia os seus cintos de segurança, fazia demonstração de segurança e tentava vender o maior número possível de coisas antes de aterrissar. Esse é um serviço adequado, eles pagam muito por esses assentos e eles esperam o mundo."

"E você vai se sair bem" Arthur sorriu enquanto esticava a mão até o console central para pegar um doce de um saco aberta e levá-lo até a boca, "você teve o treinamento, você passou com nota máxima. E pense no dinheiro." ele esfregou o polegar no indicador juntos.

"Essa é a única razão pela qual estou fazendo isso." suspirou Viviane, "O horário é horrível e eu mal vou ver a Vitória, mas o dinheiro vale a pena."

Arthur assentiu sem entusiasmo antes de falar seriamente: "Eu ainda acho que dois transatlânticos por semana serão demais para você, Vi. Você vai se esgotar."

Viviane encolheu os ombros, "É a única maneira que eu posso passar tempo com Vitória, qual é o ponto de ter folga se eu estou no país errado? E, além disso, o dinheiro, quanto mais eu trabalho mais rápido eu posso pagar você e a Kerline de volta."

"Você não precisa nos pagar nada, nós amamos ter você e Vitória conosco." Arthur sorriu genuinamente.

Viviane sorriu e estendeu a mão para apertar suavemente seu ombro.

Flight PJA016Onde histórias criam vida. Descubra agora