Capítulo 23

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N.A.: Pedro é apenas um nome aleatório que escolhi usar.

Algumas páginas de sua história favorita e Vitória voltou a dormir. Viviane estava sentada no quarto suavemente iluminado com o coração ainda disparado. De fato, ela achava Juliette intrigante, gentil e incrivelmente atraente, mas mesmo ela não tinha entendido totalmente o quão profundo seus sentimentos eram até que ela iniciou aquele beijo.

A noite inteira estava cheia de emoções, desde o desastre com as passagens aéreas até a notícia bombástica de que Juliette era viúva. Viviane se perguntou sobre a esposa de Juliette. Ela já sabia tão pouco sobre Juliette e agora aqui estava uma nova camada; Viviane se sentiu ainda mais no escuro. Vitória grunhiu e se virou durante o sono e ela a observou por um momento. O rompimento de seu último relacionamento foi difícil para ela, e ela estava dizendo a si mesma para manter distância de Juliette para protegê-la. Mas a verdade é que parecia tarde demais para isso, Vitória estava tão encantada por Juliette quanto ela. Ela não sabia o que fazer, mas se esconder no quarto não era a resposta. Ela respirou fundo e voltou para a sala, onde Juliette esperava pensativa no sofá.

"Ela está bem?" Juliette perguntou, a preocupação evidente em sua voz.

"Sim, ela voltou a dormir rapidamente."

"Foi a nossa discussão? Estávamos perturbando ela?"

"Não." Viviane balançou a cabeça. "Ela é uma criança, às vezes tem pesadelos."

Juliette acenou com a cabeça aparentemente sem palavras. "Então..."

"Então," Viviane repetiu.

Juliette parecia rígida e desconfortável. Viviane se juntou a ela no sofá, dobrando uma perna e sentando-se por cima dela. Depois de um momento de silêncio, ela soltou uma risada e Juliette olhou para ela com curiosidade.

"Sinto muito," disse Viviane. "Acabei de perceber que meu vocabulário está completamente mal equipado para ter a conversa que quero ter com você."

"Como assim?"

"Eu preciso me desculpar. Beijar você assim, e logo depois que você me disse que tinha perdido sua esposa." Viviane fechou os olhos de vergonha.

"Admito que fiquei surpresa, mas não me arrependo. Na verdade, eu esperava..."

"Acho que precisamos levar isso devagar." Viviane abriu os olhos e se concentrou em Juliette. "Por todas nós. Eu não quero que ninguém se machuque aqui. Quer dizer, quase não nos conhecemos."

"Então vamos mudar isso."

"Conte-me mais sobre você?" Viviane perguntou inclinando a cabeça. "Conte-me mais sobre... sobre..."

Juliette franziu a testa. "Sobre?"

Viviane suspirou de frustração por não ter as palavras corretas em mãos. "Cada palavra ou descrição que consigo pensar soa depreciativa e não quero usá-las, e não quero usar a frase que você diz a 'coisa errada' porque não acho que seja algo preciso."

"Socialmente estranha?" Juliette sugeriu.

Viviane fez uma careta. "Parece maldade chamá-la de estranha, e isso também não é exato."

"Socialmente inepta?" Juliette tentou novamente.

"Não." Viviane balançou a cabeça. "Eu não gosto disso, é... é cruel."

"Minha mãe costumava me chamar de sem tato?"

Viviane franziu a testa. "Bem, eu não gosto, mas é um pouco menos cortante do que os outros."

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