Na sexta-feira de manhã, Manu chegou ao hospital bem cedo. Viviane estava ao lado da cama de Vitória dobrando roupas em uma pequena bolsa de viagem.
Ela olhou para Manu já aborrecida. "E lá vamos nós," ela murmurou. "Então, ela mandou você?"
"Trago detalhes de jornalistas freelance, conforme solicitado." Ela ergueu um envelope lacrado.
"Ah, eu esqueci completamente deles." Viviane corou um pouco. "Sinto muito, Manu, entre."
Vitória gritou: "Mulher do macarrão!" Manu sorriu e Viviane balançou a cabeça em mortificação com as maneiras de sua filha.
"Sim, Vitória! Sou eu, senhora Massa. Ou Manu, se preferir?"
"Manu." Vitória sorriu. "Manu da Juliette."
"Sim." Manu sorriu. "É bom ver que você está com uma aparência melhor. E que lindo moletom de girafa você tem aí."
Vitória sorriu com orgulho. "Juliette trouxe pra mim."
"Ela pede desculpas, a propósito," Manu disse baixinho para Viviane.
"Ela disse a você por que ela precisava se desculpar?"
"Do jeito dela," Manu disse. "Ela está genuinamente arrependida e não quis dizer isso de forma alguma. Mas ela disse que entende e respeita seus desejos e que não vai mais incomodar você e Vitória de agora em diante.
"Bom", Viviane resmungou enquanto dobrava algumas das roupas de Vitória em sua mochila nova. "Porque eu não preciso da caridade dela."
"Se você diz," Manu deu de ombros.
"O que isso deveria significar?" Viviane se virou e olhou para ela.
"Ela me disse que você estava endividada, ela não entrou em todos os detalhes, mas ela me contou isso," disse Manu enquanto começava a ajudá-la a embalar as roupas de Vitória.
"Ela disse a você que disse que eu era uma mãe ruim?" Viviane respondeu com uma risada sarcástica.
"Isso ela fez. Mas eu não acho que ela percebeu o que ela disse exatamente, não até que ela voltou para o escritório."
"Essa coisa toda não a isenta de seu comportamento," Viviane argumentou baixinho.
"Se você diz," Manu repetiu.
Viviane cruzou os braços, olhando para onde Vitória estava lendo um livro para Nanico antes de olhar para Manu. "Vá em frente, diga o que você quer dizer."
Manu encolheu os ombros. "Depende de você, mas acho que devemos julgar as pessoas por suas intenções. Tipo, quando eu vim aqui sua filha gritou macarrão para mim. Bem, eu levei em conta que ela tem cinco anos e ri disso. Eu poderia ter levado para o lado pessoal, mas não o fiz porque sei que ela ainda está aprendendo habilidades sociais. Juliette é a mesma coisa; inaptidão social, no espectro, como você quiser chamar ou culpar... Não sei. Mas a verdade é que ela luta para se fazer entender. Ela diz as coisas erradas e acidentalmente machuca as pessoas, e isso a machuca. Mas, posso ver que você é uma mulher muito orgulhosa, e não há nada de errado com isso, é apenas uma observação. Então, eu não vou entrar aqui e defender Juliette para você porque não adianta. O que está feito está feito e eu acho que você e ela sempre vão entrar em conflito."
"Quantos significados podem ter 'você é uma mãe ruim, deixe-me pagar para consertar sua bagunça'?" Viviane questionou baixinho, mais triste do que com raiva agora.
"Sabe, não consigo descobrir se você tem problemas em aceitar ajuda ou aceitar a ajuda dela."
"O que você quer dizer?" Viviane perguntou.
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Flight PJA016
FanfictionEstimulada por dívidas gigantescas e cada vez maiores, Viviane Queiroz consegue um emprego na primeira classe da tão prestigiada rota de Nova York para Londres com a Crown Airlines. Uma agenda cansativa com dois transatlânticos significa que ela est...