Capítulo 32

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Manu estremeceu enquanto caminhava pela rua de Nova York. Ela não conseguia acreditar na audácia dos americanos de reclamara do clima britânico. Ok, chove muito em Londres, mas pelo menos não havia um vento frio permanente. Infelizmente, ela entendeu que teria que se acostumar com isso. Ela conhecia Juliette bem o suficiente para saber que era improvável que ela cedesse em sua decisão de não voar novamente.

Ela havia feito arranjos para ficar em Nova York por algumas semanas, pelo menos. Ela pode não ser sua filha, mas ela sabia que ela era a coisa mais próxima que ela tinha de uma família. Ela também sabia que sua chefe seria inútil para cuidar de si mesma, então ela precisava ajudá-la.

Ela entrou pela entrada principal do hospital e percorreu vários corredores.

"Bom Dia." Manu se aproximou da recepção. "Estou aqui por Juliette Freire."

A enfermeira ergueu os olhos do trabalho. "Ah, sim, você é filha dela, não é?"

Manu sorriu educadamente. Ela esperava que eles tivessem esquecido disso, mas aparentemente não. "Isso mesmo. Ela está pronta para receber alta?"

"Bem..." A enfermeira olhou para ela com um pequeno sorriso. "Isso depende de você."

* * *

"Manu!" Juliette gritou com entusiasmo. "Você já viu essa série?"

Ela entrou na sala, olhando para Juliette em estado de choque. Suas pupilas estavam totalmente dilatadas e seus modos rígidos habituais haviam desaparecido. A enfermeira a avisou sobre sua reação ao analgésico, mas ela ainda estava surpresa ao vê-la naquele estado.

"É sobre esses seis amigos que são realmente bons amigos. E eles são extremamente engraçados. É tão lindo. A série é basicamente sobre a amizade deles."

Manu olhou brevemente para a televisão. "Sim, eles são muito engraçados."

"Eles têm tanta sorte de ter um ao outro. Não sei como se chama, mas eu assisti dezenove deles de uma vez. Você tem chocolate?"

"Hum, não, eu não tenho. Desculpe." Manu viu os pertences de Juliette em uma bolsa ao lado de sua cama.

"E hoje eu vou para casa," Juliette disse a ela animadamente. "Eu só preciso esperar minha filha chegar aqui."

Manu piscou e procurou na expressão de Juliette por algum sinal de que ela pudesse estar brincando. Ela não estava. Era surreal vê-la tão relaxada e alheia ao que a rodeava. Nos anos em que Manu trabalhou para ela, ela apenas a tinha visto com uma aparência absolutamente profissional – sua roupa, seu cabelo e maquiagem, e seus modos sempre precisos e exatos. Juliette riu da televisão. Manu nunca a ouviu rir daquele jeito. Foi desconcertante, mas deu-lhe uma visão inesperada do que ela presumiu ser a verdadeira Juliette.

"Sobre isso. Ela me pediu para vir em seu lugar. Tudo bem?" ela perguntou cuidadosamente.

Juliette parecia aliviada. Ela estendeu a mão e, quando Manu se aproximou, ela agarrou sua mão com força.

"Obrigada Senhorita. Eu prefiro muito mais você. Ela tem estado tão distante de mim. " Então ela soltou sua mão e olhou de volta para a tela da televisão com uma curiosidade infantil.

"Tem certeza de que está pronta para ir para casa?"

"Com certeza, eu nem sei por que estou aqui. Você tem chocolate?"

"Você está aqui porque está com uma perna quebrada, lembra? E um pulso torcido? "

Juliette puxou os lençóis para olhar para o gesso de sua perna. "Oh, então é disso que se trata."

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