Capítulo 30

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Viviane ouviu Vitória se mexendo e sabia que não demoraria muito para que sua filha se arrastasse para acordá-la e a forçasse a começar o dia. A noite anterior não tinha sido fácil. Vitória ignorou veementemente Viviane, afirmando que ela só concordaria em falar com ela novamente quando ela ligasse para Juliette.

Kerline colocou uma Vitória gritando para dormir, e ela acabou chorando até adormecer, sem nenhuma história para dormir para acalmá-la. Agora ela decidiu que apenas Juliette tinha permissão para ler para ela à noite.

"Mamãe?" Viviane manteve os olhos bem fechados e fingiu estar dormindo.

Ela esperava que hoje fosse um novo dia, e Vitória teria se esquecido do acidente de avião e de seu desespero para saber de Juliette. Ela também esperava que, se Vitória achasse que ela estava dormindo, ela se arrastasse até ela e a abraçasse como fazia na maioria das outras manhãs. Depois da noite difícil, ela precisava se sentir próxima de Vitória e não como se tivesse falhado com ela de alguma forma.

"Mamãe?" Vitória repetiu sonolento. "Acorda, boba."

Viviane mal conseguiu manter sua expressão neutra. Alguns momentos depois, ela a sentiu rastejar até ela, mudando de posição na cama. Ela sabia que sua filha estava deitada na sua frente, nariz com nariz pelos sons altos de sua respiração e o ar quente batendo em seu rosto.

"Bom dia, querida," ela murmurou baixinho, mantendo os olhos fechados e aproveitando o momento.

"Mamãe, eu sonhei."

"O que você sonhou, querida?"

"Eu sonhei que você era uma girafa." Viviane sorriu.

"Uau, você também era uma girafa?"

"Não," Vitória soou como se ela achasse que ela estava sendo ridícula. "Eu era eu."

"Ah, claro." Viviane sorriu e abriu os olhos. Ela estendeu a mão e alisou seus cabelos escuro.

"Você comeu todas as folhas da árvore da Dona Maria e ela ficou muito zangada com você."

"Todas as folhas?" Viviane perguntou com uma surpresa fingida.

Vitória acenou com a cabeça lenta e seriamente. "Sim, todas elas, mamãe."

"Bem, não admira que ela estivesse muito zangada. Isso é um monte de folhas."

"O que vamos fazer hoje?" Vitória perguntou enquanto estendia a mão e brincava com alguns fios de cabelo de Viviane que estavam no travesseiro.

"Que tal irmos ao parque?" ela sugeriu.

Os olhos de Vitória brilharam de entusiasmo. "Mesmo?"

"Mesmo." Viviane ficou aliviada por ela ficar animada com coisas tão simples.

A culpa tomou conta dela quando ela considerou que a menina simplesmente não tinha contato com o melhor, porque ela nunca tinha sido capaz de tratá-la com surpresas extravagantes como ela tão desesperadamente desejava.

"E que tal um piquenique?"

Como resposta, Vitória saiu da cama e caminhou até o guarda-roupa para escolher sua roupa. Viviane a observou tirar as roupas com entusiasmo e estremeceu quando ela pegou seu moletom de girafa favorito e se virou para ela com um olhar pensativo. Vitória olhou para ela e então olhou para o moletom, sua mente obviamente zumbindo com perguntas não ditas.

"Podemos comer sanduíches de presunto no piquenique?" ela finalmente perguntou.

Viviane deixou escapar um suspiro de alívio. "Claro!" Ela saiu da cama e espreguiçou-se. "Por que você não pergunta se Arthur e Kerline querem ir também?"

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