Capítulo 16

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Viviane teve que admitir a contragosto que o hotel era incrível. O quarto tinha uma vista perfeita de Southampton Row abaixo, bem como dos escritórios da Applewood Financial do outro lado da rua, mas grandes cortinas mantinham a privacidade da sua suíte. Vitória passava horas olhando pela janela, observando as pessoas lá embaixo, gritando sempre que via um táxi preto ou um ônibus vermelho, além de fornecer atualizações frequentes do tempo sempre que começava a chover.

Quando Vitória inicialmente comentou que podia ver Manu, Viviane presumiu que ela estava andando na rua, almoçando ou fazendo compras, mas quando Vitória apontou diretamente para o lado oposto, ela percebeu que elas podiam ver os escritórios ali da sala. Viviane olhou pela janela e viu Manu sentada em um pequeno escritório ao lado de um escritório executivo maior. Ela rabiscou uma nota e entrou no escritório maior, que Viviane agora considerou ser de Juliette. A sala era espaçosa, com janelas do teto ao chão que se estendiam por todo o escritório. Viviane apertou os olhos para ver os detalhes no escritório de Juliette na tentativa de descobrir mais sobre ela, mas quando percebeu o que estava fazendo, deu um passo para trás e balançou a cabeça. Ela gentilmente puxou Vitória para longe da janela e a lembrou que bisbilhotar as pessoas não era muito legal e disse a ela para brincar com seus brinquedos.

Depois de um tempo, Viviane desistiu de usar seu telefone para procurar outros hostéis e pegou o iPad. A tela do telefone era pequena para ver corretamente as fotos dos quartos e, desta vez, ela queria examiná-los bem, para ter certeza de onde estava se metendo. Ela se sentou no sofá com Vitória, que assistia à televisão e dava uns cochilos de vez em quando, Nanico firme em seus braços e um cobertor enrolado em volta dela. Por fim, ela caiu em um sono profundo e Viviane a carregou para o segundo quarto, agora o quarto delas, e a colocou na cama. Ela fechou as cortinas e fechou a porta antes de voltar para a sala. Pouco depois das cinco horas, alguém bateu na porta. Viviane checou o olho mágico para ver Manu parada no corredor com uma papelada debaixo do braço, o telefone na mão e uma caneta na boca. Ela abriu a porta e ela entrou e rapidamente colocou os arquivos na mesa de centro.

"Boa noite." Ela tirou a caneta da boca e deu a ela seu sorriso atrevido familiar. "Tudo certo?"

"Sim, estamos bem. Vitória está dormindo no momento. Como vai?"

"Ocupada, acabamos de receber instruções para uma grande reestruturação." Manu começou a abrir arquivos e retirar papéis. "Quando Juliette ligar, terei que informá-la sobre tudo isso."

"Você precisa que eu deixe você sozinha?"

"Nah," ela balançou a cabeça. "Nada muito confidencial; só queria avisar que preciso falar com ela sobre tudo isso e então vou contar a ela sobre vocês ficarem aqui."

Viviane assentiu, ainda nervosa com a conversa. "Passei horas procurando outros lugares para ficar, mas eles estão lotados, muito longe, em uma área ruim ou fora da minha faixa de preço."

Manu se sentou no sofá enquanto organizava os papéis. "Conte-me sobre isso. Depois que me formei em Nova York, decidi vir para Londres, sabe, para fazer fortuna na cidade. Eu realmente não pensei sobre isso e certamente não fiz nenhuma pesquisa. Fiquei em um hotel barato na primeira noite, marcando encontros com uma semana de antecedência, apenas para falar com empresas de recrutamento. Então percebi que precisava de outro lugar para ficar, e rapidamente, até conseguir um emprego. Tudo o que eu podia pagar ficava muito longe de Londres. O que eu estava economizando para acomodação, acabaria pagando em viagens."

"O que você fez?"

"Acabei ficando em um hostél," disse ela. "A primeira noite foi um pouco assustadora. Era um grande dormitório, mas conheci algumas meninas que pareciam legais. Eu fiquei um pouco relaxada, um pouco ingênua, eu acho, na terceira noite elas roubaram minha carteira e eu tive que ligar para meu pai e implorar para ele enviar algum dinheiro." Manu riu da memória, mas Viviane ficou horrorizada.

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