Capítulo 39

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Juliette estacionou seu sedã Mercedes-Benz Classe E preto em frente ao endereço que Viviane lhe dera.

Ela respirou fundo para tentar acalmar os nervos. Ela passou a última metade da tarde trocando de roupa e pedindo a opinião de Manu. Cada roupa que Juliette lhe mostrava, Manu dizia que ela estava bonita, e toda vez ela suspirava e voltava para o quarto para se trocar. Ela não queria parecer que estava se esforçando demais, mas, por outro lado, queria aparentar o melhor que pudesse.

A indecisão surgiu novamente agora que ela havia chegado. Ela olhou para seu terninho cinza claro e se perguntou se era muito formal, embora soubesse que tinha sido a melhor escolha considerando seu gesso. Ela olhou para a casa, sua ansiedade subindo para novos níveis, e brevemente considerou ir embora. De repente, o rosto de Vitória apareceu ao lado dela enquanto a menina ficava na ponta dos pés para olhar pela janela do motorista. Suas mãos agarraram as reentrâncias do carro para se manter de pé.

Era por isso que ela estava aqui. Juliette sorriu e gesticulou para que a menina se afastasse um pouco. Quando ela o fez, ela abriu a porta com a intenção de sair. Vitória, por outro lado, tinha outros planos, e entrou no carro para abraça-la onde ela estava sentada no banco do motorista.

"Eu tava com saudade," declarou ela, ajustando-se no colo da mais velha e olhando para o interior do carro com interesse. "Eu gostei do seu carro."

"Também estava com saudades sua," admitiu Juliette.

Ela levantou uma mão hesitante para fazer carinho em seu cabelo. "Você precisa terminar o penteado em seu cabelo."

"Não." Vitória balançou a cabeça e franziu a testa.

"Não?" Juliette riu.

"Você gosta de ficar só com um lado preso?"

Vitória deu de ombros e subiu no console central até o banco do passageiro, onde continuou a investigar.

"Oi." Juliette se virou para ver Viviane apoiando-se suavemente na porta aberta. "Desculpa. Eu tentei impedi-la, mas no segundo que ela te viu, ela quis vir e dizer olá."

"Mamãe, eu gosto do carro de Juliette," Vitória disse a Viviane com um aceno de cabeça.

"Sim, mas não toque em nada, Vitória."

Juliette franziu a testa e perguntou baixinho: "Por que não?"

Viviane deu uma risada. "Porque você tem um carro muito caro e imaculado, e eu tenho uma filha de cinco anos com mãos muito curiosas."

"É apenas um carro." Juliette encolheu os ombros, ainda sem ver o problema.

Viviane riu. "Vamos, vocês duas. Vamos comer."

Juliette saiu do carro e pegou sua muleta no banco de trás.

"Quando sua perna será consertada?" Vitória perguntou enquanto se arrastava de volta para o banco do motorista.

"Cerca de três meses."

Vitória olhou para ela em choque. "Isso é para sempre."

"Sim, é," Juliette concordou. Assim que ela saiu do carro, ela fechou a porta e apontou para a maçaneta. "Você pode trancar a porta, Vitória?"

Vitória franziu o cenho para ela. "Eu não tenho a chave."

"Você não precisa de uma. Basta pressionar ali na maçaneta e você ouvirá o bloqueio."

Vitória a olhou com desconfiança, mas deu um passo à frente e pressionou o dedo na maçaneta. As portas travaram e um pequeno bipe soou para indicar que o alarme havia sido acionado.

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