Nada planejado [+18] Eruri

Nada planejado

Levi acordou na manhã seguinte, passou a mão pelos lençóis e abriu um olho só para confirmar: o lado de Erwin estava vazio. Ele foi até o banheiro, lavou o rosto e usou um enxaguante bucal, quando abriu a porta do cômodo, o cheiro de algo maravilhoso havia impregnado toda a casa. O moreno foi até a cozinha, onde viu Erwin de avental e cueca no fogão, fazendo café da manhã e cantarolando animadamente. Ele chegou por trás com cuidado e passou os braços pela cintura do maior, colando seu rosto nas costas dele.

- Bom dia... – Erwin diz se virando e abraçando Levi propriamente, sua voz tão calorosa quanto o seu abraço. – Dormiu bem?

Levi esfrega um pouco a face em seu peito, como um gato mimado pedindo carinho. – Sim, e você? – Ele olha para o loiro, que o beija rápido logo em seguida.

- Melhor impossível. – Erwin sorri. – Pode ir para a mesa, já estou terminando aqui.

Eles comem demoradamente, aproveitando muito mais suas companhias do que a comida em si, não que estivesse ruim, Erwin era um cozinheiro e tanto, ao contrário de Levi que sempre queimava alguma coisa quando decidia que seria seu dia de cozinhar.

Depois dessa manhã, Levi precisou ir para casa, ele aproveitou para contar a Farlan e Isabel sobre o que havia acontecido, e é claro, os dois surtaram de um modo que fez o próprio Levi se animar. Era ótimo ter sua felicidade compartilhada com pessoas da sua família. Além disso, na segunda feira, o moreno também contou para Hange, ele ignorou todas as suas mensagens e ligações, alegando que era algo bom demais para ser dito por telefone.

Três meses se passaram desde então, Erwin conseguiu um emprego em uma escola, não universidade e, de fato, ele se sentiu muito mais feliz assim. Dar aula para crianças e adolescentes era muito melhor do que ele poderia imaginar, não havia nada mais satisfatório do que formar suas mentes, ensinando-os a terem opiniões e a questionarem tudo ao seu redor. Uma vez, contando isso a Levi, o moreno simplesmente disse "cuidado para não os incentivar a começar um golpe de estado, você seria o único preso por isso", Erwin riu, "mas me deixa feliz o fato de você gostar tanto, eu amo o sorriso que você tem quando volta de lá". Sim, eles estavam tão apaixonados, e Erwin era tão grato por sua vida agora. Ele não poderia pedir mais nada, bem... Talvez.

Levi continuou com seu trabalho no café e estudando como sempre, mas havia algo mais leve, o fato de voltar com Erwin e começar uma nova vida... Sem se esconderem de nada ou ninguém, podendo se amarem livremente. E era tão incrível, mais do que antes. Ele vivia na casa de Erwin, pelo menos uma boa parte dos dias, era quase como se fossem um casal de recém casados. Tudo era lindo e romântico -de novo -, até mesmo o natal ele passou com Erwin, apenas os dois juntos, assando biscoitos, assistindo filmes da época e indo para debaixo das cobertas quando os filmes começaram a ficar chatos. Eles se amaram lenta e precisamente, desfrutando cada segundo em que seus corpos se tocavam, suas línguas se misturavam e suas respirações e gemidos sincronizavam. Erwin entrou em Levi três vezes naquela noite, se deliciando com seu interior, ainda matando a saudade do tempo que ficaram sem se tocarem. Na final da última rodada, ele trouxe o moreno para o seu peito, seus olhos estavam quase fechando quando Erwin sussurrou em seu ouvido "feliz aniversário, meu amor" e beijou o topo da sua cabeça.

Foi final de ano feliz.

No ano seguinte, houve algumas semanas sérias, o novo trabalho de Erwin era relativamente bom, portanto, ele podia tirar ótimas férias, mas Levi, por outro lado, estava completamente atolado com a faculdade, era o seu último ano, logo teria que se concentrar muito, especialmente no TCC. Durante a semana, o moreno era quase inacessível, estudando e trabalhando, muitas vezes nem se quer encontrando Erwin ou tendo tempo para mandar-lhe mensagens. Em julho, Levi se viu tendo que desistir do seu emprego, quando perguntou a Farlan e Isabel, eles afirmaram que estava tudo bem, ambos estavam em empregos melhores agora –e seus pais ajudavam bastante-, era quase ridículo ver que você estudou para dar uma melhor condição de vida para seus irmãos, mas antes disso, eles que sustentariam você.