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— Pode parar uma esquina antes. É humilhante ter uma babá me levando à faculdade.

— Só estou fazendo meu trabalho, senhor Park. São ordens do seu pai, não posso desobedecê-lo. Lamento muito o senhor estar passando por isso, não é minha intenção desagradá-lo.

— Não me chame de senhor, você é mais velho do que eu! Enfim, não importa. Apenas venha me buscar aqui depois da aula, a última coisa que quero é os outros sabendo sobre você. Não se atrase, Alfredo!

Palavras duramente frias saíam através dos lábios carnudos e avermelhados de Jasper Park. Ele pegou sua mochila preta no banco ao lado, abriu a porta do carro e a fechou com brutalidade após descer. Sequer olhou para trás. Nenhum “obrigado” foi dado à pessoa que o trouxe à faculdade, muito menos uma despedida educada. Mas o que esperar de um loiro oxigenado que tinha tudo em suas mãos?

O chofer, sem se abalar, observou o menor indo em direção ao pátio. Ele seguiu acompanhado de belas garotas e, juntos, fizeram caminho até a entrada do prédio.

— É Sebastian — disse, sozinho no carro, mesmo sabendo que não adiantaria corrigir seu superior.

Parecia até que ele fazia de propósito para, justamente, não falar seu nome correto. Oras, Sebastian não era tão difícil assim, a pronúncia era fácil. Então, por que Jasper não conseguia acertar? Não que isso abalasse o subordinado, de forma alguma! Às vezes, gostava de usar os nomes tão criativos que lhe eram dados como pseudônimos.

Sua responsabilidade era deixá-lo na porta da faculdade e seguir caminho, mas ele gostava de aguardar a entrada de Jasper. Para se assegurar de sua chegada com segurança à universidade? Não, claro que não. Apenas porque essa era uma das poucas vezes em que ele conseguia observar o traseiro tão carnudo e redondo do mais novo. Mesmo rodeado de mulheres, o rebolado de Jasper era sobrenatural, pelo menos na percepção de Sebastian. Ele sequer fazia de propósito, era como um instinto natural. Deixava sua bela bunda ir de um lado para o outro, não notando o impacto na mente do chofer, dono de uma imaginação tão fértil. Antes de adentrar o local de estudo, ele se aproximou de uma ruiva e apertou suas nádegas fortemente, com as mãos pequeninas. A feição dela foi de puro prazer, como se aquele toque a fizesse ter orgasmos múltiplos; deveras uma ótima atriz.

Sebastian deu uma risada quase constrangedora, como se a vergonha alheia percorresse todo seu corpo. Será que Jasper não percebia que aquelas mulheres à sua volta tinham interesse somente em toda a sua fortuna? Possivelmente, doidas para darem o golpe da barriga? Era certo de que alguém deveria avisá-lo sobre a farsa, mas essa pessoa não seria ele.

Após esperar o dono da bela bunda passar pela porta principal, o moreno finalmente pôde dar partida no carro, seguindo para seu segundo emprego.

[...]

Não foi preciso desbloquear o celular para saber que estava cheio de mensagens. Chegavam a cada segundo, uma seguida da outra, mostrando o desespero de alguém pelo seu atraso e ameaçando demiti-lo caso demorasse mais um minuto sequer.

Sebastian estava atrasado. Sabia disso e tinha certeza de que ouviria coisas horríveis vindas de Jasper quando se encontrassem. Desde que começou a trabalhar para a família Park, o mais novo nunca mediu palavras para se referir ao subordinado. Era como se um filhote de leopardo ameaçasse a sua vida, pois aquele ser tão pequeno lhe dirigia palavras frias e maldosas que provinham do tamanho poder em suas mãos.

Estava em alta velocidade, ultrapassando sinais vermelhos para não piorar a situação. Ainda assim, o que ele poderia fazer quando seu segundo emprego ocupava tanto tempo quanto o primeiro? Sabia que jamais seria dispensado pelo pai do loiro. Mas, de qualquer forma, não gostava de decepcionar as pessoas. Nem por um simples atraso.

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