t w e n t y - t h r e e

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Não tinha mais forças.

Não sabia como conseguia respirar diante de toda aquela situação.

Estava literalmente destruído.

Seus olhos nem ao menos conseguiam se manter totalmente abertos, semicerrados e encarando algum ponto fixo na sala, para que continuasse consciente, no final de tudo. A saliva em sua boca era escassa e seu corpo estava totalmente dolorido. Estava naquela mesma posição havia tanto tempo que tinha certeza de sentir seu corpo todo formigar devido ao peso da sobrecarga em uma só região.

A iluminação do local era tão sombria, que a única claridade que entrava no lugar era a luz da lua, clareando o ambiente pela janela. Mesmo com o clima ligeiramente frio, sentia todo seu corpo soltando gotículas de suor por seus poros.

Estava no tempo de pausa. Era assim que o aparelho funcionava, parava por um minuto e voltava a ligar em outro. 58,59...

Fechou os olhos, sentindo o aparelho vibrando em seu corpo.

Estava naquilo há tantos minutos, tão exausto que nem gemidos saíam mais de seus lábios que, para piorar, tinham a saída do ar dificultada por conta da mordaça na cor vermelha.

Começou a mexer o quadril com dificuldade para ter mais contato com o vibrador, esperando que dessa vez pudesse, finalmente, gozar. Entretanto, era difícil se mexer. Estava numa cadeira que tinha um tipo de apoio que deixava suas duas pernas abertas e os braços amarrados na parte de trás, ficando portanto, todo aberto e imobilizado. E Park tinha um vibrador em sua entrada, que vibrava a cada minuto e se desligava no outro; ao fim, parava e repetia o ciclo. Em seu falo, havia também uma espécie de vibrador local para estimulá-lo mais; entretanto, ali também havia um anel peniano, o que só dificultava seu orgasmo.

Quando pensava que estava prestes a ter seu ápice merecido, os vibradores paravam, pois ele quem os tinha programado para não deixar Jasper chegar ao orgasmo. Tinha um relógio pendurado em cima da porta e quando desse 23h40min, sua "tortura" prazerosa finalmente acabaria.

Estava havia vinte minutos na mesma posição. Faltava tão pouco para acabar tudo aquilo e ainda não conseguira nenhum mínimo orgasmo. Começou a movimentar mais o quadril, achando que poderia gozar se fosse rápido no movimentos.

57,58,59...

E parou.

Sentiu novamente as lágrimas nos cantos dos olhos, sabendo que era cansaço e frustração por simplesmente não conseguir gozar. Seu corpo estava todo vermelho, não apenas por tapas, mas pela cera de vela que ele havia feito questão de pingar por todo seu corpo. Se lembrava tão bem de cada parte de sua pele reclamando pela queimação da cera. E não podia fazer muitos movimentos bruscos, pois tinha 'prendedores' em seus dois mamilos conectados ao anel peniano e a dor quando eram puxados, era incompreendida.

Em seu peito, estava escrito "PUTA" com batom vermelho — na percepção de Jasper, um "nome feio" em uma língua desconhecida. Em outra lousa, estava escrito com uma caligrafia longa e bonita: "não desrespeitar o meu mestre". Ele havia escrito aquilo antes de sair. E do jeito que Jasper estava, nunca mais pensaria em desrespeitar seu mestre.

O dildo em sua entrada começou a vibrar novamente. Aquela era uma das piores sensações que já sentira na vida, ser privado de um orgasmo. Mexeu o quadril novamente e fechou os olhos em pura raiva, enquanto soltava gritinhos abafados e necessitados.

E parou.

Negou com a cabeça, irritado. Encarou o relógio, percebendo que faltavam apenas dois minutos para o fim de sua punição. Fechou os olhos, aproveitando seu descanso de um minuto, até ouvir a porta sendo aberta.

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