t w e l v e

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“Eu, Jasper Park, filho único e legítimo herdeiro de Pilwoo Park, venho por meio desta carta informar que o funcionário Sebastian Jeong, que atualmente tem seu papel como chofer de minha residência, está, a partir do dia que esta carta foi assinada, livre de seus compromissos exercidos até o momento. Sendo assim, está dispensado de todos os seus afazeres profissionais, desocupando o quarto que lhe foi oferecido em 24h.

Também venho informar que eu, Jasper Park, sabendo das necessidades e de meu aviso repentino, vim comunicar que continuarei mandando a quantia salarial mensal todo mês, sem a necessidade dos seus trabalhos como chofer.

Quero ressaltar que a quantia só será enviada, como citado acima, se o presente, Sebastian Jeong, sair da residência em até 24h. Não havendo necessidade de explicar para qualquer um de seus superiores a decisão repentina, pois eu, filho de Pilwoo Park, tenho a autoridade de demiti-lo sem o auxílio de qualquer pessoa.

Assino esta carta, podendo ir a qualquer juiz para exigir os direitos, até o momento obrigatório.

De: Jasper Park.”

Pronto, a carta estava entregue por baixo da porta de seu ex-chofer.

Estava tremendo da cabeça aos pés. Tentara escrever aquela carta pelo menos umas dez vezes durante a noite, pois não tinha conseguido dormir. Na noite anterior, fora beijado por seu chofer, e o que ele fez depois? Correu. Mas talvez, a afirmação estivesse diferente do que realmente aconteceu. Seu subordinado havia o beijado? Sim, mas Jasper também o beijou.

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Correu tanto que o ar faltava em seus pulmões a cada minuto. Às vezes, olhava para trás para ver se não era seguido por certo alguém. E embora desse graças aos céus por não ter ninguém o acompanhando, no fundo, sentia que seria melhor se tivesse, pois não parecia seguro andar por ali. Era muito afastado da comunidade, mesmo sendo um condomínio.

O loiro chegou até a avenida e alguém passou de carro assobiando para ele; só então, Jasper reparou que ainda estava sem roupas. Talvez estivesse tão desnorteado que nem imaginou que continuava com as roupas em seus braços, nem se recordou que deveria colocá-las antes de sair de lá. Sua vergonha só fez aumentar quando uma pessoa passou perguntando quanto era o programa. Jasper quase a xingou de todas as maneiras possíveis, por tê-lo confundido com um michê. Por sorte, um táxi não demorou a aparecer e o loiro logo adentrou o veículo, com a sensação de que nunca mais voltaria para a Sex School. Não conversou com o taxista, imaginando tudo o que havia acontecido nas horas anteriores.

E o mais difícil de acreditar: ele não recusou o beijo, na realidade o retribuiu com vontade. E não foi pela clara provocação de Sebastian. Se conhecia o suficiente para saber que aquelas provocações não o induziriam a fazer algo que não queria; e sim, que havia feito porque aquela também era sua vontade.

Jasper o queria próximo desde sabe-se lá quando; talvez, a aproximação dos dois não o houvesse feito bem, mas ao mesmo tempo, sim. Acordava animado, imaginando que o encontraria e aconteceria algo que nunca acontecia; o papo fluía, eles conversavam sobre tudo e não era como se cada um ficasse insistindo em um assunto específico. Simplesmente era gostoso estar em sua presença, conhecendo-o um pouco mais.

Possivelmente, era isso o que Jasper havia feito de errado. Deixou-se levar por uma intimidade que não deveria existir, deixou-se levar pela risada de Sebastian, pela atração que começou a ter pelo corpo dele, e pior: começou a sentir atração pela boca dele, imaginando-a sobre a sua. Mas não ficou só na vontade. O beijou com tanta intensidade, que se perguntava como conseguiu tanto oxigênio.

Jasper Park estava perdido em pensamentos. O caminho até sua casa foi tão vazio sem as conversas com o moreno. Havia se acostumado tanto com aquilo que parecia que não estava em um dia normal, que não era um dia comum. 

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