f i v e

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— Ei, Jasper, chegamos. Você precisa acordar. 

E nada.

— Jasper, merda! Sua mãe vai acordar daqui a pouco e se ela te vê no meu carro eu vou ser demitido!

Sebastian tentava de todos os jeitos acordar o menor, mas ele nem se mexia. Teve um momento que até verificou se ele continuava respirando.

— Acorda, infeliz! — falou alto rente ao ouvido do outro, pois se gritasse mesmo, acordaria a casa toda e o sol ainda não estava nascendo. Ele tentou mexer no loiro, mas tudo o que Jasper fez foi cair sobre os pés do banco, ainda dormindo. — Isso não é possível...

Sebastian estava havia pelo menos quinze minutos tentando acordá-lo, mas ele não respondia a nenhum de seus estímulos. O desespero estava começando a tomar conta do corpo do chofer. O que faria?

Tinha duas opções: deixá-lo dormir no carro e quando ele acordasse, ouvir xingamentos por causa das dores nas costas; ou levar o loiro no colo até o quarto sem fazer barulho. E se ele quisesse fazer isso, deveria ser rápido, pois as empregadas da casa logo acordariam.

“É, Sebastian, é o único jeito…”

Colocou uma das mãos nas costas do loiro e a outra sob a dobra de seu joelho, como se fosse uma noiva. Jasper logo se acomodou em seus braços, parecia super confortável. Maldito. Ainda teve que cobri-lo com o cobertor, pois estava só com as roupas íntimas. Se fosse pego por alguém da casa, teria de dar uma boa desculpa.

Ao chegar no portão da mansão, teve de fazer um sacrifício para abrir a porta levando Park no colo, ainda mais tentando não fazer barulho. Sebastian tinha se esquecido da grande escadaria até chegar no quarto do loiro. Quase chorou ao pensar nisso. Não que Jasper fosse pesado; na realidade, era bem leve; mas subir escada com ele era um desafio para seus músculos.

Mesmo assim foi subindo, rezando para que ninguém acordasse com seus passos. Chegou ao andar de cima, virando à direita e parando na última porta do corredor, que tinha uma placa escrita “não entre” em vermelho, com o fundo preto. Quando virou a maçaneta, quis chorar, pois a porta não abria. Estava trancada.

“Não, Jasper, você não fez isso…”

De modo desajeitado, Sebastian tentou ver se a chave estava embaixo do tapete do quarto do mais novo, mas não estava.

O que faria agora? Deveria voltar para o carro e deixá-lo dormir lá mesmo? Tentou fazer o possível pelo conforto do loirinho.

Respirou fundo, descendo as escadas novamente, até que ouviu o barulho da privada do banheiro do andar de baixo. Paralisou ali, começou a respirar fundo, sentindo suas mãos suando com Jasper em seus braços. Talvez seu cérebro estivesse em choque para lhe dar algum comando, então continuou parado na escada, vendo uma figura com a estatura baixa sair do banheiro. O chofer engoliu em seco quando a cozinheira mais velha da casa encarou Jasper em seu colo. A mulher abriu a boca várias vezes, céus, sentia suas bochechas esquentando, e não era uma pessoa que tinha muita vergonha. Ela negava com a cabeça, olhava para os lados para ver se tinha mais alguém vendo aquela cena.

— Isso é algum tipo de sequestro? — perguntou em tom baixo, para só Sebastian ouvir. — Vai pedir dinheiro em troca?

Nunca diga que algo não pode piorar. Sebastian suspirou e desceu as escadas, mas a mulher ficou ainda mais surpresa quando olhou por cima e viu que Jasper aparentava estar nu.

— Olha, eu posso explicar... — Jasper estava começando a ficar pesado e Sebastian não estava preparado para aquilo tudo.

— Eu não quero ser cúmplice... — A senhora seguiu para a cozinha, mas Sebastian ficou realmente com medo dela pensar besteira.

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