Primeira impressão

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Pov: Feyre

Observei as duas guerreiras que pousaram no campo. Ambas usavam armaduras, e uma tinha 6 sifões incrustado nela, enquanto a outra usava apenas uma tiara com um sifão roxo.
Aquela tiara, eu já a vira antes, na sala de tesouros da corte noturna.
Ela finalmente olhou para Eris quando ele falou

- Você estava morta - Era possível ouvir o assombro na voz dele.
Entretanto a fêmea não respondeu rápido, ela desviou o olhar pra mim e para a mão que ele mantinha firme em mim.

- Ora, ora, ora. Quanto tempo Eris - Respondeu com uma voz calma demais, e seus olhos finalmente se fixaram nos meus.

Aqueles olhos, aquilo não era possível. A irmã de Rhys, aquilo não podia ser verdade mas os olhos violetas igual os de Rhys me avaliaram rapidamente. Ela estava pensando em uma estratégia, e eu soube que o plano já estava traçado quando ela deu um passo pra frente enquanto sua amiga dava um pra trás.

- Impossível, isso é impossível. Tamlin jurou que você estava morta.

- Viva e em carne osso, e acredito que palavra de Tamlin não valha nada - falou se aproximando dele mais um passo - Não é como se ele fosse viver por muito tempo.

Senti um toque de poder tentar pela minha mente, e estava pronta para atacar quando notei que ela não queria invadir minha mente, ela nem tentou entrar, simplesmente deixou a voz dela se infiltrar na minha mente

Sei que você não me conhece, mas tem que confiar em mim, não temos tempo para explicação. Preciso que se afaste dele.

Procurei uma brecha naquele aperto de Eris, mas não tinha, e eu não poderia demostrar que sabia o que ela tinha dito. Ele não tirou os olhos dela quando disse

- Veio buscar ela, não é mesmo? - disse apertando o meu cabelo com mais força.

- Prenda as duas - berrou ele para os irmãos - Não sei o que Rhysand achou que ia acontecer mandando uma fêmea Illyriana e sua irmã recém saída dos mundos dos mortos.

Olhei para ela com desespero, tentando a mandar fugir o mais rápido que conseguisse mas a mesma olhou para ele com descrença enquanto dava uma leve gargalhada.

- Pra se sair tem que ter entrado - falou pegando a espada das costas quando o exército começou a avançar ao mesmo tempo que os irmãos de Lucien.

- E é bom ver que em mais de 200 anos você não mudou nada. Mas creio que seus irmãos não serão páreo para ela - apontou para a fêmea atrás dela que mantinha firme uma postura imparcial.

O som de aço contra aço encheu a clareira e observei assustada aquela guerreira de armadura branca avançar como em uma dança letal, e um a um os filhos de Beron foram caindo, machucados, percebi com horror, não mortos. Lucien se juntou para lutar ao lado dela mas a guerreira claramente não precisava.

Vi o exército avançar para eles porém senti um poder avançar por trás e mudar de lugar as pedras que mantinham Az e Cass presos, como se não fosse nada de espetacular.
E o general e o encantador de sombras já livres, avançaram contra os soldados.
Meu olhar foi desviado quando escutei aquela voz berrar na minha cabeça para me tirar do transe.

Agora Feyre. Use o que você sabe e ganhe 5 centímetros para mim.

Lembrei do treinamento com Cassian e consegui me afastar de Eris que ainda estava atônito com o massacre que se formava na frente dos seus olhos. Ele desviou os olhos a tempo de sacar sua espada e se defender do ataque da irmã de Rhys.

E segundo após segundo ela ganhou espaço e no momento em que ela fincou a espada na barriga de Eris vi como aquilo acabaria. Os herdeiros de Beron mortos pelos guerreiros da corte noturna. E se o Grã senhor da outonal tinha alguma incerteza de qual lado lutar aquilo tiraria a dúvida, então invoquei um grão de poder que ainda estava fraco graças àquele veneno.

- Parem - Minha voz soou fraca mas ainda assim era um ordem. Todos pararam e olharam para mim.

Fui para o lado de Cassian e Azriel ao mesmo tempo que a irmã de Rhys se aproximava olhando para todos, para ver algum ferimento, todos balançaram a cabeça em negação para ela.

- Não me importaria em matar ele - A escutei falar, parando ao lado da fêmea que estava coberta de sangue.

- Vocês todos merecem morrer por isso.
E por muito, muito mais. Mas vou poupar suas vidas miseráveis. - Eu falei.
Mesmo com uma ferida no intestino, o lábio de Eris se curvou.
Cassian grunhiu o aviso.

Removi o glamour que eu tinha mantido sobre o braço. Pele lisa que agora se tornou adornada com redemoinhos e verticilos de tinta.

- Eu sou a Grã-Senhora da Corte Noturna - disse calmamente a todos eles.
Até Eris parou de zombar. Seus olhos de âmbar se arregalaram, algo como medo agora rastejando dentro
deles.

- Não há tal coisa como uma Grã-Senhora. - Um dos irmãos de Eris cuspiu.

- Existe agora - escutei a irmã de Rhys falar se virando para o que parecia ser a amiga - Vamos para casa.

Me aproximei de Cassian, não querendo fazer perguntas na frente do que poderia ser meu futuro inimigo.
Vi Lucien chegar perto de Az. A irmã de Rhys chegou perto da guerreira e ficou no campo quando disparamos para o céu.
Apertei meu braço envolta do pescoço de Cassian.

- Também senti sua falta - ele falou.

- Ela, é ela?
Ele riu da minha cara de surpresa que eu não pude fazer antes e respondeu

- É, ela vai te explicar quando chegarmos até a floresta - falou ele apontando para as árvores que apareciam no horizonte.

E quando Cassian nos colocou em um campo nevado antes da madeira antiga, eu dei uma olhada para uma fêmea loira em couro Illyriano lançando-se por entre as árvores em um ritmo frenético.
Mor me segurou com tanta força quanto eu a agarrei.

- Onde ele está? - Eu perguntei, recusando-me a soltar, para levantar a cabeça de seu ombro.

- Ele ... é uma longa história. Longe, mas correndo para casa. Agora mesmo. Mor me puxou para trás o
suficiente para digitalizar meu rosto.
Sua boca se apertou para as lesões persistentes, e ela raspou suavemente as manchas de sangue seco
ressecadas em minha orelha.

- Ele pegou você através do vínculo minutos atrás. Nós cinco estávamos mais próximos. Eu iria com Cassian, mas com Eris e os outros lá... - A culpa escureceu seus olhos.

Quando eu ia responder escutei um baque suave ao lado, minha cunhada e a guerreira ao seu lado pousaram.
Ela olhou para mim e fez uma reverência elegante.

- É um prazer conhecer você - escutei ela falando enquanto fazia a reverência.

Corte de Sangue e Sol (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora