Conversa entre a família

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Pov: Ana

Não tinha visto nem meu irmão, nem minha cunhada desde manhã, mas Rhys mandou uma mensagem para mim no começo da noite pedindo minha presença no jantar para conversarmos de algo importante.

Terminei meu banho e Nuala já estava lá decidindo a roupa, um conjunto bem modesto, todavia elegante.
Um vestido simples de alça e um corset de couro nele, sandália simples e a minha tiara.

Sorri para ela em agradecimento e desci as escadas rumo à sala de jantar. Ao que parecia todos haviam sido convocados e apareceram no mesmo horário, inclusive o bicho de Feyre e a irmã dela - Nestha - estavam lá.

Ela ficaria muito chateada comigo se eu matasse ele?

- Ficaria - falou ele rindo atrás de mim.

Droga

Rhys sentou no meio da mesa e eu na cabeceira, e o resto do pessoal sentou onde quis como era de rotina. Olhei para Lucien que olhava para nós com um olhar confuso.

- Ele não devia sentar na cabeceira?
Olhei para o meu irmão levantando a sobrancelha.

- Porque ele deveria? - respondi

- Ele é o grã senhor, não você.

- Claro, e o que muda quem é o que, é onde sentamos na mesa

- Sentamos onde quisermos, Lucien - falou Feyre amigavelmente - o importante é sentar e aproveitar a comida.
Ele encarou ela e sentou ao lado de Nestha.
Com uma batida de palmas a comida já cobria a mesa. Peguei um copo de vinho. Olhei para Feyre quando perguntei

- Elain não vai descer para jantar?
Nestha me olhou com raiva.

- Ela não se sente bem.
Abanei a cabeça em concordância e cada um começou a conversar entre si, não parecia ter nenhum assunto definido. Azriel que estava do lado esquerdo da minha cadeira me encarava.

- Qual o problema? - perguntei para ele.

- Achei que você tivesse sido ferida na batalha de hoje cedo.

- Não sei se aquilo é considerado uma batalha - falou Rafa do outro lado da mesa - foi patético em vários níveis.
Rhys que tinha visto a cena pelos guerreiros riu.

- Não tem motivos para se preocupar, Eris está longe de ser um adversário digno. Você entretanto quase ganhou de mim essa manhã.

- Quase é a palavra chave, irmã - falou Rhysand.

- Tenho certeza que eles me deixaram ganhar - falei apontando para os dois - na luta de espadas e no vôo.
Os dois desviaram os olhos de mim. - Eu falei - disse virando para Rafa, que para a novidade de ninguém observava Mor "disfarçadamente".

- Eu nunca conheci uma Valquíria - falou Lucien para a surpresa de todos.

- Eu sou uma Valquíria - falou minha amiga.

- Quero dizer antes, antes do massacre de vocês, onde você estava por todos esses anos quando Amarantha governou?

Me encostei na cadeira, território perigoso falar aquilo para ela. Eu não a impediria de bater nele por aquela invasão de privacidade. Vi minha prima apertar a faca que estava segurando como se para impedir que ela saísse da mão dela.

- Matando - falou ela - matando cada maldito soldado Hyberniano que eu visse. E você? Onde estava?

- Sobrevivendo a isso tudo o que aconteceu.
Olhei para ele e revirei os olhos, ele notou esse movimento e disparou para mim.

- Bom - falou Rhys batendo na mesa, atraindo a atenção de todos - queria falar algo sério com a Ana e gostaria de todos presentes.

Ah era mesmo, já tinha me esquecido.

- Daqui alguns dias vamos até a cidade escavada.
Olhei para ele esperando o resto mas ele continuou me encarando então falei

- Certo? E?

- Você se lembra de lá?

- Claro, papai falou que me daria aquilo quando você virasse Grã senhor, porque? Quem a controla?

- Keir continua como governador.
Olhei para ele com um nojo aparente

- Achei que já estaria morto a essa altura.

- Infelizmente não.

Olhei para ele confusa enquanto todos na mesa observavam.

- Eu não entendo irmão, o que tem haver tudo isso?

- Bom, Mor pediu para sair de lá e como era ela quem comandava a relação deles conosco eu gostaria de te oferecer o cargo com alguns benefícios - olhei para minha prima que deu de ombros - Estou te oferecendo a cidade escavada para ser sua, como meu pai prometeu décadas atrás. É claro que não tem que morar lá, ir apenas algumas vezes por ano deve dar. Participaria do conselho não só como minha irmã, mas como governanta.
Olhei para ele com os olhos marejados

- Não é o mesmo poder de uma Grã-Senhora - falou cutucando minha cunhada, que olhava para mim sorrindo - mas não se curva para ninguém que você não queira.

- Mas e você prima? - falei olhando para Mor.

- Eu vou começar o treinamento com a Rafaella - olhei para Rafa com surpresa e olhei novamente para Mor - Quero ser uma Valquíria, claro que não vou sair de Velaris, mas quero abdicar meu cargo de terceira e assumir o de quarta no poder.
Olhei para ela tentando absorver tudo aquilo que riu com a minha cara.

- Vai aceitar o cargo? - perguntou minha prima

Será minha conselheira? - perguntei na mente dela.

Claro - respondeu em voz alta fazendo todos olharam para ela como se fosse louca.

- Então eu não poderia negar um convite desses - me levantei da minha cadeira e fui para perto de Rhys e Feyre que já estavam de pé assim como todos os outros.

- Vou servir e proteger - falei fazendo uma reverência.
Feyre se aproximou e me deu um abraço.
Quando ela me soltou todos me abraçaram também. Menos Nestha, Amren e Lucien. Esse último tinha saído da sala.

- Muito bem menina - falou Amren.
Nestha fez um pequeno aceno com a mão e um a um eles foram saindo da sala.

Sentei na cadeira tentando absorver tudo o que aconteceu.
Senti que alguém tinha ficado para trás, me virei e vi Az.

- Podemos conversar? - perguntou ele.

Corte de Sangue e Sol (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora