Resolvendo tudo

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Minha cabeça latejava ao me levantar de manhã e o dia mal havia começado. Balancei a cabeça tentando espairecer as idéias, mas não deu em nada. Vesti meu traje de couro e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo simples para o treino.

- Bom dia Majestade - revirei os olhos.

- Bom dia General.
Comecei a me alongar, peguei minha espada, mas minha amiga só balançou a cabeça negando.

- Hoje não vai ser só a espada como costumamos fazer, recolha suas asas e pegue o escudo.

Olhei para ela em dúvida

- Err... Amiga, eu já tenho um escudo físico, não preciso de um de verdade.

- E se a magia esgotar? Tem que aprender a lutar sem a sua magia como amparo.

É, fazia sentido.
Peguei o escudo e avaliei o peso. Era extremamente pesado, recolhi minhas asas e ele ficou mais fácil de manejar.
Após um pouco de treino a espada foi implantada ao exercício.

- Arrume seus pés - berrou Rafa enquanto avançava com a espada no meu escudo. Arrumei no momento que a lâmina desceu sobre o objeto. Ficamos nisso por vários minutos até que eu também ataquei. Meus braços começaram a doer e o escudo pesou ainda mais, suor começou a escorrer pelo meu rosto. Vi uma falha em sua defesa e ataquei, mas ela cobriu com o escudo e o impacto me lançou alguns metros para trás me fazendo cair de costas na arena e derrubando a Valquíria sentada.

- Empate - Berrou rindo.
Não aguentei e caí na risada

- Besta - Se tudo doía antes não era nada comparado com agora.
De onde eu tiraria coragem para levantar

- Que treino em - escutei a voz da minha prima atrás de mim mas continuei de olho fechado e deitada - É relaxamento?

- Vai à merda, Mor - falei apontando para Rafa - Sua parceira não tem misericórdia nem de mim, o único momento que eu tenho para descansar é quando ela quase me noucateia.

- Que drama - retrucou a Valquíria.
Vi Mor ir para o lado da parceira e ajudá-la a se levantar. Nossa eu tava mais perto e ela nem me deu moral, é só começar a se relacionar que esquece os parentes.
Limpei minha roupa, e apertei os dentes para poder apaziguar a dor para levantar. Mas uma mão foi estendida na minha frente para me ajudar.
Olhei com surpresa para o Grã Senhor da Diurna que me encarava com um sorriso no rosto, de onde raios ele tinha aparecido? Pensei em recusar mas a dor me fez lembrar que há hora e lugar para se ter orgulho, e ali eu estava só a derrota.
Aceitei a ajuda, assim que soltei a sua mão fiz uma reverência desleixada.

- Sabe que não precisa disso, não é?
Não me dignei a responder, minha atenção foi atraída para o canto da arena onde Mor e Rafa lutavam, o som de aço encheu a clareira. Peguei minha espada do chão e pensei em interferir para ver até onde eu conseguia ir. Mas pelo ritmo que elas estavam não ousei interromper.
Suspirei de infelicidade.

- Lute comigo - olhei para o Grã senhor que me estendia uma espada toda dourada, chegava doer olhar para aquilo.

- Não - não lutaria com ele por vários motivos e o principal é que eu não queria, fui guardar a espada.

- Está com medo de perder é? - me virei lentamente sorrindo.

- Sem poderes

- Como quiser

Analisei as defesas que ele criou procurando um furo, mas não tinha. INFERNO. Vi ele procurar uma falha nas minhas também e meu sorriso se alargou vendo que não tinha. Então avancei para o ataque, e ele só defendeu, e assim começou, eu atacava e ele defendia, mas não atacava de volta, parecia sempre querer ficar na defensiva.

Corte de Sangue e Sol (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora