Capitolo dodici

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Lei

12 de maio de 2006

- Minha esposa gosta de esportes de aventura, ela quer escalar em Fiji, cara! – Lorenzo falou, nos fazendo gargalhar. – Eu quero ficar em casa, abrir uma cerveja e acompanhar a Copa do Mundo.

- Como vocês estão juntos mesmo? – Angelo perguntou e eu neguei com a cabeça.

- Ela é irmã do meu melhor amigo. – Ele assumiu, nos fazendo gargalhar mais alto.

- Não sei como vocês fazem isso, mas funciona. – Marco falou e assenti com a cabeça.

- E você, Serena? Quais os planos das férias? – Claudio perguntou e eu desviei os olhos das planilhas de fim de temporada.

- Ah, acho que vou fazer o que o Lorenzo gostaria de fazer. – Rimos juntos e Lorenzo fez uma careta. – Sem viagens para mim esse ano.

- Ninguém vai na Copa? O setor ganhou ingressos, se for esse o problema. – Marco falou.

- Ah, quem sabe? – Comentei. – Se eles chegaram às quartas ou até na semi...

- Eu vou na fase de grupos. – Claudio falou. – Não tenho coração para aguentar decisão.

- Vai ver o quê?

- Itália e Estados Unidos, o jogo do meio. O primeiro é contra Gana, então certeza que eles vão ganhar. Aí eles podem ganhar ou perder no que eu for que não vai fazer tanta diferença para decisão. – Ele disse.

- Esse daí é esperto! – Angelo falou, nos fazendo rir.

- Imagina se eles chegam na final? – Lorenzo falou.

- Nossa, bom demais. – Comentei, pensando em Gigi.

- Não ganhamos desde 82, está na hora de voltar a ganhar. O Brasil virou penta, oh! – Marco falou.

- É. O Brasil não pode ganhar de novo! – Angelo comentou.

- Quem sabe não chegou a nossa hora? – Claudio disse. – A última Copa foi triste demais, cara! Muita roubalheira. Muita... – Ele disse, sendo distraído pelo telefone em sua mesa. – Buona sera? – Ele atendeu. – O QUÊ? – Ele falou alto, nos deixando em alerta. – Como assim? Descobriu? – Ele apoiou a mão na cabeça. – Que merda! – Ele suspirou. - Ok, até logo. – Ele disse, abaixando o telefone.

- O que foi? – Perguntamos juntos e ele se levantou apressado.

- Sabe aquele problema do dinheiro em excesso desde setembro de 2004 nas suas contas, Serena? – Ele perguntou e eu me levantei também.

- Sei... – Falei, nervosa.

- O Giorgio achou o dono. – Ele engoliu em seco e saiu de nossa sala.

- Claudio? – Angelo o chamou e eu não esperei, empurrei minha cadeira e saí correndo atrás dele, vendo-o entrar na sala de nosso chefe.

- CLAUDIO! – O chamei alto. – O que está acontecendo? – Perguntei, vendo-o pegar o controle e ligar a grande televisão na sala de Giorgio antes de se virar para mim.

- O maior escândalo de manipulação de resultados já visto no futebol. – Ele falou e eu prendi a respiração, ficando ao seu lado para encarar a TV que agora era colocada no RAI.

O pessoal da outra sala entrou e se colocou ao nosso lado, focando os olhos na televisão também. As imagens e palavras passavam muito rápido e parecia que aquilo estava sendo passado ao longo do dia, mas só nós, as seis pessoas que buscavam o dono do dinheiro, não estávamos sabendo disso.

Ciao e Arrivederci | Gianluigi BuffonOnde histórias criam vida. Descubra agora