Capitolo treintadue

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Lei

13 de maio de 2012

Quando o juiz apitou o fim do jogo, eu estava chorando como se meu coração tivesse sido tirado de mim. Na verdade, eu estava chorando desde os 28 minutos quando Alex fez seu último gol como bianconero. Aos 57 durante sua saída, as coisas pioraram, vê-lo ser ovacionado pelo estádio fez meu coração apertar de forma que nem Pavel e Trezeguet tinham feito. 19 anos de time, 705 jogos, 289 gols, eram marcas difíceis de bater. E quando os 92 minutos chegaram, eu senti orgulho.

Há um ano nós tínhamos feito uma aposta gigante. Nós do top cinco e os três capitães. Algumas medidas drásticas para tentar fazer o time voltar a crescer e, ver isso concretizado, trazia uma felicidade enorme dentro do meu peito. Tínhamos conseguido. Estávamos no topo novamente. Não tinha maior felicidade para mim.

- Não chora, Rena! – Ouvi a vozinha de Lou e ele passou as mãozinhas em meu rosto e eu suspirei, tocando meus lábios de sua cabeça.

- Ah, amore, está tudo bem.

- Por que chorando? – Ele perguntou. – Tá tristi?

- Não, amor. – Ri fracamente. – Eu estou feliz. – Suspirei.

- Pode chorar feliz? – Sorri.

- Pode sim. – Apertei-o em meus braços e vi Alena sorrindo algumas poltronas para o lado.

Dei um aceno de cabeça, me sentindo um tanto desconfortável com toda a situação, mas abanei a cabeça, suspirando. Não seria eu a contar para ela de toda a situação minha e de Gigi na semana passada e, pelo visto, Gigi também não tinha contado, pela forma que ela me abraçou lá embaixo e deixou Louis vir para meu colo com facilidade. Na verdade, uma parte dentro de mim não queria que ela soubesse, minha relação com Gigi acabaria ali e meu contato com meus bochechudos também.

Talvez pudesse fazer com que eu e Gigi finalmente ficássemos juntos, mas ainda assim era uma realidade difícil de imaginar. Sacudi a cabeça quando Agnelli veio me abraçar e segurei Louis próximo a minha barriga para abraçá-lo fortemente.

- Eu preciso descer, meu amor. Você vai junto, não vai? – Perguntei para Louis.

- Mamá! Podemos descer? – Ele gritou entre as pessoas e Alena veio em minha direção.

- Ah, me desculpa! – Ela falou.

- Não se preocupa, ele é um amor. – Falei, estalando um beijo em sua cabeça e acariciei a cabeça de Dado. – Eu preciso descer.

- Logo vamos também. – Ela sorriu. – Vamos deixar a Serena ir trabalhar um pouquinho?

– Ela perguntou para Louis.

- Só um pouquinho. – Ele falou e eu ri fracamente, estalando um beijo em sua bochecha.

- A gente se encontra no campo! – Falei, sorrindo. – Você também, Dado!

- Ok, aí eu vou ficar contigo um pouco. – O mais novo disse e eu sorri.

- Combinado! – Falei, esticando meu dedinho e ele fez o mesmo, juntando os nossos. – Até mais! – Disse para Alena.

- Até! – Ela sorriu.

Segui a passos rápidos para fora do camarote, alcançando o top antes de entrar no elevador e Pavel me abraçou pelos ombros. Não precisava falar nada, sabíamos que a palavra "conseguimos" passava na cabeça de todos. Todos éramos responsáveis por isso e ninguém precisava deixar isso claro, os sorrisos já diziam muito.

Assim que chegamos lá embaixo, a festa acontecia lá dentro. Não com champanhe e tudo molhado, mas eles gritavam e comemoravam como se a vitória fosse agora, não só a premiação. Dei uma rápida olhada em volta, a maioria dos jogadores finalizavam de se trocar para a premiação, mas só tinha duas pessoas que me interessava, e nenhuma delas era o goleiro de 34 anos que me encarava.

Ciao e Arrivederci | Gianluigi BuffonOnde histórias criam vida. Descubra agora