Capítulo setantuno

15 1 0
                                    

Lei

Seis de março de 2016

- Ok, ok, chega! Precisamos ir! – Falei, empurrando Manu levemente pelo ombro.

- Me dá um segundo. – Ela disse, segurando no armário mais próximo. – PASSEM A BOLA PARA O BARZA, OK?! – Ela disse, me fazendo gargalhar junto de algumas pessoas.

- Não, pelo amor de Deus, gente! – Ele disse e neguei com a cabeça.

- Bom jogo, gente! Faça um gol, Barza! – Falei, acenando para ele que jogou a cabeça para trás, revirando os olhos.

- Ao invés de fazer isso, a gente pode fazer isso... – Manu começou a mexer no quadro da escalação de Allegri, colocando Mario na defesa e Barza no ataque, me fazendo gargalhar.

- Emanuelle! – Allegri deu um tapinha em sua mão, empurrando-a para fora.

- MAS ELES ESTÃO NA MESMA DIREÇÃO, PODE DAR CER... – Sua voz abafou quando Allegri empurrou-a para fora.

- Ela é impossível! – Mario disse.

- Ela quer 500 euros, qual é! – Barza disse, me fazendo rir.

- PENSA BEM, O MARIO É ALTO, ELE DÁ CERTO NA DEFESA! – A voz dela nos assustou de novo e foi a vez de Barza empurrá-la para fora.

- Eu tento, ok?! – Ele disse por fim, me fazendo rir.

- Enfim, bom jogo, gente! Até mais tarde! – Falei, vendo Pavel rindo também e segui para fora do vestiário, vendo Manu pensando sozinha lá fora, mexendo as mãos como se tivesse fazendo alguma coisa. – O que agora? – Perguntei.

- Se o Allegri trocasse o Mario com o Barza, ele tinha mais espaço em...

- Ah, vem logo! – Puxei-a pela mão, andando pela área interna do vestiário. – Você gasta mais que 500 euros nas viagens que você vai com a gente, ok?! – Falei. – Se preferir não viajar mais, eu te dou esse dinheiro. – Falei e ela riu fracamente.

- Não é pelo dinheiro, Rena. É para ele ficar feliz! – Ela disse, suspirando. – Todo mundo zoa o Barza. E todo mundo mesmo. Do pessoal da limpeza, até vocês...

- Eu não zoo ele. – Falei.

- É modo de dizer. – Ela revirou os olhos. – Do baixo ao alto escalão. – Ela disse.

- Enfim, se você aceitar, eu vou querer uma leitura na sua bola de cristal sobre meu futuro e do Gigi, ok?! – Brinquei e ela riu fracamente.

- Feito! – Ela disse e ela estava falando sério.

Arregalei os olhos, abanando com a mão e seguimos para a fora do estádio. Eu não lembrava se tinha vindo muito para Bergamo, mas eu gostava do Gewiss Stadium. Ao invés dos estádios que estou acostumada, inclusive o nosso estádio, o camarote ficava na direção do campo, um pouco atrás do banco de reserva dos jogadores, e não alto como o nosso.

Me sentei no meu lugar e Manu se sentou ao meu lado. Pavel e Beppe se sentaram no andar de baixo. Agnelli e Paratici não estavam aqui hoje. Não demorou mais que cinco minutos para os dois times entrarem. Manu parecia muito empolgada ao meu lado como se isso realmente fosse acontecer, mas sabemos que Barza raramente fazia gols, pois ele sempre ficava com o Gigi em caso de contra-ataque. Leo e Chiello avançavam para tentar cabecear... Mas vamos dizer que Barza era ruim para cabecear também.

Enfim, Manu havia feito a aposta perfeita, porque Barza não ia perder 500 euros e ela não se importava em fazer bolo para gente. Vamos ver que minha nutricionista e meu personal pediram urgentemente para eu parar de comer os doces dela, mas amaram quando ela também deu um pouco para eles. Enfim, eu estava satisfeita com meu corpo, eu só não fazia minha sequência quando viajava, mas era uma mulher comportada no restante do tempo. Tirando com os doces da Manu. Eu com seus doces, ela com nossa culinária, inclusive pizza. Lembro quando conheci a Manu com o rosto mais magro, algumas coisas mudaram...

Ciao e Arrivederci | Gianluigi BuffonOnde histórias criam vida. Descubra agora