Capitolo diciasette

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Lei

21 de dezembro de 2007

Faltava poucos minutos para as oito quando entrei em Vinovo. Saí atrasada do trabalho e tive que correr para casa para me arrumar para a reunião anual dos acionistas. Era minha primeira vez, então eu realmente não sabia o que esperar, muito menos o que vestir, acabei optando por uma calça jeans, camiseta preta básica, saltos da mesma cor e um colar que dava a impressão de fazer parte da blusa. Não que isso importasse, pois devido ao frio do fim do ano, o sobretudo preto escondia tudo. Pelo menos não tínhamos neve... Ainda.

O estacionamento de Vinovo estava lotado, em sua maioria carros de grandes marcas, Giorgio e Lorenzo tentaram me explicar um pouco mais cedo o que esperar dessa reunião, principalmente a de hoje que era prestação de contas pelos últimos seis meses, mas o principal foi: grandes investidores muito metidos e com muito dinheiro que queriam saber onde estava cada centavo do time.

Eu estava vindo mais por curiosidade mesmo e um direito que eu tinha, mas eu havia comprado três ações nos últimos três meses, talvez até um pouco na empolgação, mas eu estava aproveitando enquanto a grana estava vindo, além de que era um dinheiro mais fácil do que outros investimentos e um controle muito mais próximo por eu fazer parte da contabilidade, então Claudio, responsável por essa parte, nos informava quando tinha qualquer alteração. Além de que eu realmente poderia falar "nossa, você viu a queda das ações?" quando alguém me perguntasse sobre o assunto.

Saí do carro, apertando o sobretudo sobre o corpo e puxei minha bolsa, cruzando-a no corpo e tranquei o carro, jogando a chave de volta na bolsa. Segui em direção ao prédio principal, o único aceso àquele horário e segui pelo corredor, desviando dos caminhos que eu estava acostumada e seguindo para os fundos do prédio. Assim que me aproximei do anfiteatro, vi várias pessoas do lado de fora e suspirei, sabendo que estava no lado certo somente pelos trajes. Para a minha felicidade, eu não era a única mulher ali, mas com certeza era uma das mais novas, senão a mais nova ali.

Distribuí alguns sorrisos ao pedir licença ao passar e entrei no anfiteatro, engolindo em seco. O local estava cheio, com vários rostos desconhecidos para mim. Reconheci o top cinco no palco junto de outras oito pessoas, imaginei serem os sócios majoritários, todos com mais de quatro por cento das ações. Dei uma rápida olhada em volta e respirei aliviada quando encontrei Lorenzo e Angelo. Atravessei o anfiteatro por trás e segui em sua direção, vendo-o conversar com outro homem.

- Scusa?

- Serena! – Lorenzo falou, se levantando e me deu um rápido abraço. – Chegou na hora.

- Tive pouco tempo, saí mais tarde. – Ele assentiu com a cabeça. – Oi, Angelo, tudo bem? – O cumprimentei também.

- Senta aí! – Lorenzo apontou para a outra cadeira.

- Sobre o que estão falando? – Perguntei, tirando meu casaco antes de me sentar ao lado de Lorenzo.

- Vai no jogo no domingo? – Angelo perguntou.

- Não sei ainda. – Falei. – Estou bem tentada a ficar em casa e já começar as férias. – Eles riram juntos.

- É contra o Siena, não é para termos muitos problemas. – Lorenzo falou e eu ponderei com a cabeça.

- Quem sabe ano que vem? – Rimos juntos. – Essa temporada está meio parada...

- Sim. – Angelo falou. – Mas temos que ganhar do Empoli no jogo de volta das oitavas da Coppa Italia ou vai ficar mais parado ainda. – Rios juntos.

- Beh, 2x1 do Empoli é meio complicado... – Fiz uma careta, ouvindo-os rirem.

- Buona notte, ragazzi. – Virei o rosto para o palco, vendo Gigli. – Vamos começar?

Ciao e Arrivederci | Gianluigi BuffonOnde histórias criam vida. Descubra agora