12 - Invisível pra mim

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Point of view_Lauren

Hoje resolvi encontrar com a minha irmã em uma cafeteria na avenida Houston. Pedi um cappuccino e uma torta de maçã. Abri meu notebook e comecei o dia me atualizando sobre os assuntos que seriam publicados na próxima semana.

A porta da cafeteria foi aberta, mostrando a figura grotesca do homem, ele ficou surpreso ao me ver e seguiu cambaleando em minha direção.

– Filha? Você voltou? – Parou na minha frente com um falso sorriso.

– Fala logo o que você quer. – Levantei os olhos e voltei a rolar o mouse do notebook.

– Isso é jeito de falar comigo garota? – Se aproximou com um bafo de álcool.

– Tanto faz. – Permaneci sem encará-lo.

– Eu sou seu pai, Lauren.

– Infelizmente. – Cruzei as mãos por cima da mesa e o encarei. – O que você quer?

– Eu só queria te ver. – Continuou cínico.

– Não vou te dar nenhum centavo, Michael.

– Garota inútil. – Disse em um tom grosseiro. – Ao menos me faça um favor. – Tirou um papel do bolso e rabiscou alguma coisa ali. – Entrega isso pra sua mãe, eu não posso chegar perto dela.

– Ok.

– Eu já vou.

– Não foi ainda? – Perguntei impaciente.

– Tchau, filha. – Senti vontade de vomitar naquele momento. Nem fiz questão de responder, fechei meu notebook e peguei o pedaço de papel que ele deixou.

"Clara, estou arrependido. Me deixa voltar para casa. Eu amo você, amo nossos filhos. Não deveria ter dormido com aquela mulher, me perdoa".

– Eca.

Amassei o papel e me levantei para jogar dentro da lixeira. Pouparia minha mãe de mais estresse. Voltei para a mesa e ouvi uma voz familiar.

– Laur? – A mulher nem me deu tempo de responder e já me puxou para um abraço. – Que saudade.

– Lena! – Retribuí o abraço, meio desajeitada. – Saudade também.

– Quanto tempo faz? – Perguntou com a voz abafada.

– Muito. – Me soltei dela e admirei seu rosto por uns segundos. – Nossa, não sei como consegui ficar longe esse tempo todo.

Depois de nos sentarmos ela pediu uma xícara de café expresso, que rapidamente foi servida.

– Você veio pra ficar? – Tomou um gole do café, deixando a marca do batom vermelho na xícara.

– Não, vou ficar somente por dois meses.

– Espera só a mamãe saber disso. – Tratei de sorrir só por imaginar a cena.

– Falando nela, como ela está?

– Ultimamente ela anda bem feliz, como se tivesse se libertado. – Mais um sorriso rasgou meu rosto de tamanho contentamento.

– Fiz bem jogar o bilhete no lixo então.

– O que? – Expressou confusão.

– Michael apareceu aqui antes de você chegar, estava bêbado. Pediu para entregar um bilhete para mamãe.

– Deixa eu adivinhar. – Cruzou as mãos encima da mesa. – Ele quer voltar pra casa.

– Sim, diz estar arrependido, mas sabemos que não é verdade.

Quem é o culpado?Onde histórias criam vida. Descubra agora