Parte 2

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Enquanto isso...

As garrafas de vidro estavam empilhadas no tronco da árvore caído no meio da floresta. O eco que a arma dava junto o barulho do vidro se quebrando era muito alto.

Naquela tarde os dois combinaram de se encontrar perto da propriedade dos Cabello's. Que coincidentemente, era o lugar perfeito para se ter aulas de tiro.

– Acertei mais um!

Lauren estava se divertindo com suas conquistas, estava cada vez mais confiante, ela gostava daquilo, o som do vidro estilhaçado tornava tudo mais excitante.

– Mantenha a concentração. – O loiro instruiu. – Muito bem, Jauregui.

Eles decidiram ficar ali até o fim da tarde, Lauren estava fugindo de sua bagunça familiar, por isso mal se deu conta de olhar seu celular, que tinha inúmeras mensagens de sua namorada.

– O que te deu na cabeça de aceitar me treinar? Você sempre se recusa. – Perguntou curiosa.

– Problemas.

– Em casa?

– Minha família é complicada. – Disse indiferente.

– Nem me fale.

Ela tinha os olhos fixos na garrafa, sem notar nada ao redor e um pouco surda pelo ruído, ela efetuou um disparo fatal.

– AI MEU DEUS! – Ela soltou a arma no chão, com os olhos arregalados e mãos trêmulas.

– O QUE VOCÊ FEZ? – O loiro gritou.

– E-eu não...Eu não sei. – Gaguejou. – Fo-foi um acidente.

– Merda. – Ele ficou nervoso e começou a andar de um lado para o outro, com as mãos na cabeça pensando no que fazer.

A vida é feita de incertezas, quando elas surgem, sempre imaginamos os piores cenários. Você se imagina tendo um dia bom, você faz todo um planejamento para que aquilo aconteça e dá tudo errado. Seus planos desmoronam de uma hora pra outra. A única certeza daquele dia, era que nenhum dos dois voltariam tão cedo para casa.

[...]

17h45m

A latina estacionou o veículo na parte da frente da casa, saiu do carro desesperada. Ao ver um caminhão de bombeiros e um incêndio se alastrando. Lá estavam Machine, Ariana e sua namorada com uma expressão nada boa, todos estavam chorando.

– O que aconteceu? – Perguntou esbaforida.

– Houve um incêndio na cabana. – A melhor amiga da moça se aproximou dizendo.

– Todos estão bem?

Machine e Ariana trocaram olhares bem suspeitos diante aquele caos, os dois obviamente escondiam alguma coisa, aliás, todos ali escondiam algo.

– Tia Sole ficou cuidando da Claire, as duas estão bem, mas...

– FILHA! – O pai da garota apareceu, todo sujo de fuligem, ele estava visivelmente abalado com aquele acontecimento funesto.

– Você está bem? Cadê a minha mãe? – Camila correu até o homem, preocupada. – Papá, como isso aconteceu?

– Eu sinto muito, Kaki. – Ele abaixou a cabeça e começou a chorar.

– Sente muito por quê? – Camila não aguentava mais aquele suspense. Eles estavam receosos com sua reação, mas também estavam completamente abalados. – Dá pra alguém me falar o que está acontecendo?

– Amor, olha pra mim. – Lauren segurou o rosto de Camila nas mãos, e se preparou para dar a notícia ruim. – A sua mãe estava lá dentro e...– Disse, se esforçando para segurar o choro.

– É uma brincadeira, não é? – riu de nervoso e Lauren negou com a cabeça. – Não tem graça.

– Ela se foi, Camz. – Disse num sussurro.

– Fala pra mim que não é verdade, Lauren. – Ela segurou a namorada pelo braço e gritou com os olhos já cheios de lágrimas. – FALA PRA MIM!

Lauren se sentia péssima, mas julgando pela expressão no rosto de Camila, ela imaginou que a namorada se sentia tão mal quanto ela, ou ainda pior. Mas como não? Acabara de acontecer a pior das tragédias.

– Acabamos de conter o incêndio, capitão. – O bombeiro disse depois de apagar a última faísca de chama, agora dando espaço para uma nuvem de fumaça se espalhar pelo lugar. – Sem sobreviventes. – A última frase fez com que Camila fosse até o homem desesperada.

– Não, não pode ser! Você tem que voltar lá dentro, a minha mãe ainda está lá. – Disse querendo acreditar que ainda havia esperanças.

– Sinto muito, senhorita, sua mãe não sobreviveu. – a mulher o olhou friamente.

– Olha aqui, a minha mãe está viva e você precisa entrar lá dentro para salvá-la.

– Senhorita... – Ele disse calmamente.

– Não... – Ela estava em estado de negação. – A minha mãe está viva.

– Mila, você precisa de um... – O loiro tentou acalmar a mulher, mas era impossível naquele momento.

– EU PRECISO DA MINHA MÃE! – Gritou o mais alto que pôde, depois chorou, como nunca havia chorado na vida. – Eu preciso dela. – Sussurrou.

Camila viu seu mundo desabar ali, não tinha sensação pior que essa, não tinha dor que superasse essa perda. Ela não aguentou e acabou desmaiando, os socorristas seguraram-na, impedindo-a de bater a cabeça no chão.

Os paramédicos a levaram para o hospital da cidade e Lauren não saiu do lado dela. Alejandro ficou para responder as perguntas dos policiais e assinar uns papéis sobre a ocorrência do incêndio, mesmo não tendo condições, ele teve que ser forte para resolver toda a burocracia. 

Enquanto todos estavam estupefatos pelo incêndio e tensos com o desmaio de Camila, com medo de perder mais alguém naquele dia trágico. Eles nem faziam ideia que tinha mais alguém ali, observando tudo desde o início, nenhum deles sabiam se ele fez parte da ação ou só ficou como um telespectador. Dominique amava Sinu, assim como todos que estavam ali naquela tarde, eles eram como uma família, bom, pelo menos era o que a mulher pensava, antes de ser assassinada por um deles.

A morte está predestinada para cada um. E se acharem que existe alguma maneira de adiar, ou de controlar a vida, estarão completamente equivocados. Não existe justiça quando o assunto é viver ou morrer. Por que as pessoas boas se vão cedo demais? E por que as ruins não apodrecem no inferno? Essas perguntas ficarão sem respostas. Mas o fato é que uma pessoa boa foi morta hoje e o culpado se livrou fazendo com que tudo parecesse um acidente.

Todos eram suspeitos, mas quem matou Sinu Cabello?

*****

Não tenho data certa pra escrever e nem postar.

Então até o próximo...

Quem é o culpado?Onde histórias criam vida. Descubra agora