15 - Colisão

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Completamente guiada pelos meus instintos. Deixei o papel com documento de lado e peguei o bilhete. Minhas mãos estavam tremendo, porque eu sabia que o conteúdo não seria menos assustador que o primeiro, talvez fosse pior. Tomei um gole de coragem e comecei a ler.

Não foi um acidente.

Sua mãe foi assassinada!

Ass: Um amigo.

– Mas o que...

Li palavra por palavra daquele papel e elas pareciam ter me anestesiado, não tinha como acreditar que aquilo estava acontecendo. Não podia ser verdade, não podia ser possível. Assim que digeri aquelas palavras, meu corpo se apoderou de uma raiva incontrolável.

Passei a mão nas minhas chaves, no meu celular e saí às pressas da sala, esbaforida. Dei partida no meu carro e acelerei. Entrei na avenida Venetian Causeway, sem nem ao menos ter noção de onde eu iria.

Precisava de respostas!

Precisava de certezas!

Tateei a mão para dentro da minha bolsa procurando meu aparelho, estava tão nervosa que preferi frear o carro para não causar nenhum acidente. Ainda me restava um pouco de sanidade no meio daquela loucura. Disquei o número tão conhecido por mim, fazia tempo que não nos falávamos e a conversa não seria nada agradável. Antes do terceiro toque ele atendeu.

– Oi, Camilinha!

– Eu preciso de um favor. – Fui direta.

Não dá pra ser educada pelo menos uma vez? Eu te recebo com bom hu...

– Eu não tenho tempo pra isso. Você vai me ajudar ou não? – perguntei impaciente.

Ok, pelo visto é coisa séria. O que você quer de mim? – Adotou um tom mais sério e apreensivo.

– Quero que você pesquise o exame de necropsia da minha mãe e me diga exatamente o que consta nele.

O que?! Você sabe que isso é contra as regras. – protestou.

– Desde quando você liga pra isso? Se não fosse importante eu não estaria te pedindo. – Fechei os olhos buscando concentrar na minha respiração. – Por favor... – Implorei.

Ok, me dê um minuto.

Ele me deixou na linha por uns minutos, até voltar com a resposta que eu tanto temia, ele confirmou o que eu li e disse exatamente com as mesmas palavras.

– Você tem certeza disso?

Tenho. Esse documento é registrado dentro do nosso sistema. Não tem como ter sido adulterado, ou falsificado. – afirmou.

"Não tem como ter sido adulterado, ou falsificado".

"Não tem como ter sido adulterado, ou falsificado".

A voz dele ecoava na minha cabeça, me deixando cada vez mais atordoada. Os músculos da minha face paralisaram, minha primeira reação foi não ter reação, estava totalmente inerte e fora de mim. Senti uma lágrima solitária escorrendo pela minha bochecha.

– Eu não sabia disso. – disse num sussurro, segurando o choro.

O que? – Ele também não tinha conhecimento sobre o ocorrido. Ficou tão surpreso quanto eu.

– Eu não sabia que ela tinha sido...– Não consegui terminar a frase. – Eu-eu – gaguejei. – Eu não sabia dessa merda toda.

Ai meu Deus! – alterou a voz espantado. – Eu sinto muito, Camila. – lamentou.

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⏰ Última atualização: Aug 22, 2022 ⏰

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