Quem é o culpado?

10 - Romantismo

Point of View_Camila

Estava desprovida de pensamentos, degustando meu café da manhã na minha casa, junto a minha família. Peguei o jornal MiNews, que estava sobre a mesa e comecei a lê-lo, rolava os olhos cuidadosamente pelas finas páginas do noticiário impresso. Esse era um costume que minha mãe tinha e que eu acabei adotando. De repente, uma certa notícia roubou toda minha atenção me deixando completamente em alerta.

Rapidamente me coloquei em uma postura ereta e continuei a leitura com cautela, sentindo meu coração queimar dentro do peito, ao ver aquele nome e logo abaixo uma foto da mulher:

“Embora eu admita que a oração me ajuda a respirar na maioria dos dias, ela não pode fazer o mesmo trabalho que a Amazônia no Brasil faz pela população humana, (isso sem falar em todas as outras formas de vida nesse planeta, que precisam de oxigênio para sobreviver)”.

Parecia a coisa mais boba do mundo pra qualquer outra pessoa, mas para mim surtia um efeito especial. Ela mexia comigo de uma maneira inexplicável.

Logo após ela dizer para mim, com todas as letras que eu não a fazia feliz, foi inevitável que meu coração não se partisse em mais um milésimo pedaço de caco. Fiquei mais um pouco no meu chalé e decidi voltar para casa, eu não podia deixar que um coração partido me impedisse de cumprir minhas obrigações.

– O que houve? – Perguntou Ariana, ao ver minha feição.

– Uma matéria sobre ela. – Logo entenderam à quem eu me referia e todos os olhares da mesa se voltaram para mim.

– Lauren? – Senti meu coração errar a sequência de batimentos ao ouvir aquele nome.

– Sim e não me olhem assim. –Conhecia muito bem aquele olhar avaliativo de Soledad e Ariana. – Por que ela tem que estar em todos os malditos lugares?

– Ela só está fazendo o trabalho dela, Mila.

– Eu sei, estou agindo feito uma criança. – Bufei.

– Não está não. – Minha melhor amiga estendeu os braços para mim. – Venha aqui. – Fiz um beicinho e me juntei a ela.

– Eu só queria conseguir passar um dia sem pensar nela.

– Se vocês continuarem se vendo, você nunca vai superá-la. – Disse ela afagando meus cabelos.

– Enquanto ela estiver em Miami, eu não tenho muito o que fazer. – Suspirei.

Nana felizmente era como uma irmã para mim, graças à ela, conheci a garota dos olhos exorbitantes.

Namorei com Lauren durante dois anos e aquela mulher foi a única que conseguiu me tirar de órbita. Antes dela aparecer em Miami, ocasionalmente eu escutava algumas coisas ao seu respeito, mas nunca diretamente. Nos encontramos algumas vezes em Los Angeles, tivemos umas recaídas e no final eu sempre acabava machucada.

Nunca espero nenhuma notícia de Lauren, tentei de todas as formas esquece-lá e se pudesse, apagaria minha memória por ela. Mas o amor me fez despertar e me fez questionar, se o destino queria dizer alguma coisa com aquela página de jornal, onde estava minha antiga paixão:

Lauren Jauregui.

Senti meu celular vibrar em cima mesa, preguiçosamente o agarrei. O sorriso rasgou meu rosto ao notar de quem se tratava. Rapidamente atendi, pedindo licença ao me levantar indo para meu quarto.

– Bey, que saudade! Não esperava sua ligação. – Falei me deitando na cama macia.

– Eu também estou morrendo de saudades. Liguei para avisar que já estou em Miami, meu vôo chegou minutos atrás. – Concordei soltando um nasal, sentindo uma alegria tomar conta de mim.