14 - Inferno Astral

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Point of view_Camila

June 6th, 2020 - Dias atuais.

– Bom dia, srta. Cabello! – Assim que as portas do elevador se abriram, minha secretária se apressou em me cumprimentar, com um sorriso gentil.

– Bom dia, Danvers. Como está minha agenda? – perguntei, colocando minha bolsa em cima da sua mesa, ao me aproximar dela.

– Em quarenta minutos a senhora tem uma reunião com o senhor Porsche. Às oito tem reunião com alguns acionistas.

– Ew.

Não pude evitar em revirar os olhos, deixando claro meu descontentamento. Kara achou graça da minha atitude e soltou uma risada contida, antes de continuar.

– Às duas horas tem que comparecer à um evento beneficente em Nova York.

– Ok, você irá comigo.

– Eu? – perguntou surpresa.

– Algum problema?

– Não! Não, desculpe. – Ajeitou os óculos no rosto e abaixou a cabeça, constatando seu nervosismo. – Ahn...depois disso...

– Pode desmarcar os outros compromissos e mande Fred preparar o helicóptero às dez e meia, sem atrasos. – alertei e me direcionei até minha sala, sendo seguida por ela.

– Sim, senhora. – Ela anotou as instruções na agenda e me encarou. – Te deixaram um envelope na portaria, tomei a liberdade de colocá-lo em sua mesa. E eu deixei um cafezinho sem açúcar e uns biscoitos de banana também.

– Existe secretária melhor que essa? – Me inclinei um pouco até chegar na altura do rosto dela e lhe dei um beijo estalado na bochecha. – Obrigada, Kara.

– Não precisa agradecer. – Ela ficou vermelha com meu contato, mas sorriu.

– Normani deve tá me odiando por eu ter te tirado dela. – brinquei.

– Ela reclamou bastante disso.

Soltei uma risada alta e ela fez o mesmo rindo com espontaneidade.

– Com licença. – Deixou a sala.

Peguei o copo de café, que surpreendentemente estava quente e o levei até a boca. Antes de provar mais um gole, a porta foi aberta abruptamente, a baixinha caminhou até minha direção e se sentou na cadeira sem ser convidada.

– Por que você saiu de casa assim? – Começou o interrogatório.

– Assim como? –  Levei os olhos até minha amiga e suspirei pesadamente.

– Você está bem? – Já sabia onde isso ia parar.

– Estou ótima e você? – disse sarcástica.

– Não estou brincando. 

A mulher posicionou os braços na cintura e fechou a cara, me fazendo revirar os olhos. Coloquei o envelope dentro da gaveta e aproveitei para pegar meu maço de cigarros.

– Você está me irritando com essas intromissões desnecessárias. – Risquei o isqueiro acendendo o cigarro e coloquei o pequeno rolo na boca, absorvendo a fumaça e soltando na mesma hora. – O dia nem começou e você está aqui enchendo meu saco.

– Se eu não fosse sua amiga, eu até te largaria de mão, mas eu te conheço mais do que à mim mesma. E eu me preocupo com você. – resmungou.

Não estava entendendo de onde vinha tanta preocupação. Então eu juntei os pontos.

Quem é o culpado?Onde histórias criam vida. Descubra agora