Capítulo XIV

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Eu não escutei nenhuma palavra mais que o Sanzu falou só me virei e caminhei em silêncio para fora da casa e fui até o quintal e me deitei olhando para o céu comecei a sentir um pouco de dor entrando por todas as minhas veias e me atingindo meu coração ficou pesado.

_ Porque você me deixou?
Perguntei para ninguém só para as estrelas e porque justo hoje o céu estava estrelado, eu não conseguia chorar não conseguia fazer nada na verdade o que eu sentia não era tristeza começou a ficar nebuloso como se tivesse parado no tempo não sentia nada nem dor nada, só um vazio enorme no meu peito lágrimas escorriam do meu peito e eu não sabia o porque estava chorando eu não sentia nada.

Notei o céu ficando claro eu só conseguia focar nele e o ver, com o tempo o dia amanheceu mas parecia que nenhum minuto tinha se passado deis que o Sanzu disse aquelas palavras.

Era como se tudo tivesse paralisado eu não estou mais aqui eu só sinto o vazio.
°°°

Depois notei que o Sanzu veio até mim novamente, e se sentou do meu lado e falou:

_ Você que saber o que aconteceu?

_ Sim, conta tudo.
Eu pedi.

Suas palavras eram sérias e sem rodeios para não me deixar confusa o que era perfeito para esse momento então todos que eu conheci nesses dias estavam presos por milagre o Sanzu foi o único que conheci que não, o Izana morreu antes mesmo da ambulância chegar levou três tiros no peito o Kakucho levou um tiro e estava em estado muito grave no hospital.

Então reuni minhas forças e me levantei de onde estava, e fui até meu quarto pegando minha carteira as minhas coisas e quando desci novamente pedi para Sanzu me levar até o hospital que o Kakucho estava ele não poderia ficar sozinho nesse momento.

Depois de me deixar em frente ao hospital Sanzu seguiu seu caminho, logo a enfermeira me informou que o Kakucho ainda estava em cirurgia eu me sentei na sala da espera eu não era religiosa não acreditava em nada, mas noitei uma mulher com um terço sua mão rezando para alguém ficar bem então me levantei e fui até a capela que tinha no hospital me ajoelhei e falei:

_ Não sei se você existe, mas eu quero que sim nesse momento eu desejo de todo o meu coração que você exista e que cuide do Izana e não deixe o Kakucho morrer eu não tenho mais nada, não tenha nada que eu posso fazer além de me ajoelhar em uma capela e rezar para um Deus que eu nem acreditava.

Foi então que a dor me atingiu com tudo eu comecei a sentir que o Izana não iria mais voltar não iríamos ver as estrelas juntos e todos os meus sonhos viraram cinzas em minha boca.

Tudo foi destruído em uma única frase quando Sanzu me disse que Izana tinha morrido, todo o meu mundo que eu tinha construído em poucos meses ele não era forte o suficiente para aguentar isso eu estava desmoronando junto com ele, eu comecei a gritar entre minhas lágrimas sem poder acreditar.

Izana era tão novo só tinha dezenove anos tinha tantos sonhos, não consigo acreditar que não vai poder realizar não consigo acreditar que nunca mais vou o ver ou dormir do seu lado, a dor era muita forte e estava batendo em mim de uma só vez quando senti meu corpo falhar e tudo ficou escuro.

°°°
Acordei em uma cama de hospital confusa, e notei que tinha algo furando meu braço uma enfermeira chegou e tirou minha mão dizendo que eu não podia tirar a agulha.

_ Você desmaiou na capela, mas está bem só um pouco desidratada o médico mandou você tomar esse soro e depois da liberada.
Ela me deu um sorriso e depois disse:

_ Um hospital é um ótimo lugar para se passar mal.

Ela saiu depois disso eu não conseguia falar nenhuma palavra só queria me esconder de tudo fingir que não disso estava acontecendo que o mundo não tinha acabado comigo mais uma vez e que eu estava sentindo toda essa dor sozinha enquanto Kakucho luta por sua vida, eu espero realmente que ele consiga ficar bem não pode deixar que a morte do Izana.

Eu não estou com raiva do Kakucho na verdade estou feliz que ele o protegeu que no final de tudo, ele lutou por seu amigo lutou por amor ele morreu com honra Izana viveu pouco mais nunca será esquecido.

°°°
Depois de ter sido liberada pelo médico voltei para a sala de espera e soube que o Kakucho ainda estava em cirurgia me sentei do lado da mulher que estava com o terço ela ainda estava rezando pedindo a cura e salvação de alguém então perguntei:

_ Posso rezar com você?

_ Claro.
Ela disse sem pensar.

_ Eu não sei o que dizer, nunca rezei antes.
Falei para ela.

_ E só repetir o que eu digo.
Ela me deu um sorriso quando falou, e segurou minha mão a verdade que o ato dela segurar minha mão me confortava muito mais do que rezar mas fez o tempo passar me distraindo.

Quando finalmente alguém veio dar notícias sobre o Kakucho eu me levantei rápido e quase caí estava meio cansada, o médico disse que fez tudo que podia na cirurgia mas só iria saber como foi quando ele acordasse se ele acordar, e que tudo estava na mão dele agora e que iriam o tranferir para um quarto.

Izana KurokawaOnde histórias criam vida. Descubra agora