Shawn
Depois do jogo e da reunião com o time, eu me troquei, tomei um banho rápido e rumei para as portas azul-marinho do vestiário. Entrei depressa, procurando o rosto dela ao redor.
No momento em que olhei para seus olhos castanhos e cansados, percebi que alguma coisa estava errada.
— O que houve? — perguntei, enquanto meus instintos protetores se eriçavam.
Seus lábios formaram um sorriso apertado e eu analisei a camiseta do Mets que abraçava as curvas de seu corpo.
— Não houve nada. Gosta da minha nova camiseta?
Ela se virou, erguendo seu cabelo para orgulhosamente exibir meu sobrenome e o número do uniforme escritos nas costas de sua camiseta.
Mendes 23.
— Se eu gostei? Eu adorei — respondi, e seu rosto se amenizou, mas as rugas de preocupação entre seus olhos permaneceram.
Minha mente imediatamente voltou à noite em que ela fora atacada no Fullton State. Ela estava com meus colegas de time rumando em direção ao campus para encontrar comigo quando um sujeito muito afetado por drogas ou álcool os assaltou e afirmou ter uma arma.
Eu fora programado para lançar o primeiro arremesso para o time de softbol naquela noite, mas saí no momento em que ouvi murmúrios sobre o que havia acontecido, trombando em Dean e Brett pelo caminho.
Eu me lembro de ter saltado o estacionamento tão rapidamente quanto minhas pernas puderam, em direção à rua, procurando algum sinal dela.
Quando vi sua silhueta sendo ajudada por meu colega, Cole, enquanto os dois caminhavam, quase desabei de dor. Era meu dever protegê-la e mantê-la segura, e eu falhara. Ver seu belo rosto arranhado e socado em minha mente fizera minha cabeça começar a ferver.
Prometi naquela noite que eu nunca mais a deixaria ser ferida novamente, e falava sério.
O simples fato de eu imaginar algo pode me deixar totalmente deslocado. Ninguém poderia ferrar minha gatinha daquele jeito outra vez.
— Você não vai me dizer o que há de errado? — pressionei novamente, e ela evitou meus olhos.
— Não é nada, não. Eu só quero ir para casa. Estou exausta.
Inclinei minha cabeça para ela, meus lábios roçando seus ouvidos e sussurrei:
— Sei que você está mentindo para mim. Conte-me lá no carro. — Beijei seu ouvido antes de afastar meus lábios e lançar meus braços em torno de seu ombro.
Relaxei no momento em que ela lançou seu corpo sobre o meu e confessou:
— Amo você. Estou tão feliz por você estar aqui. Por estarmos juntos. Você sabe disso, certo? — Ela sorriu quando as palavras saíram de seus lábios.
Deus, eu amava esse sorriso. Amava tudo que vinha dessa mulher.
— Também estou. Amo você.
Recusei-me a parar para quaisquer autógrafos ou fotografias de fãs, preferindo ir diretamente para o carro, meu braço envolvendo minha garota.
O corpo de Camila ficou tenso quando pequenos clarões de luz explodiram em torno de nós. Eu estava acostumado com isso, mas ela não. Eu a apertei mais firmemente, ansiando por reconfortar o que quer que a estivesse incomodando.
— Ei, Matteo.
— Oi, Shawn. Camila. — Seu sorriso se apagou rapidamente quando ele disse o nome dela. Ele também percebeu. Algo estava errado.