Shawn
Camila não pôde tirar o dia de folga, mas prometeu me encontrar para o almoço.
Incerto do que fazer com minhas raras poucas horas de liberdade, entrei na internet e procurei por aluguéis disponíveis perto do Plaza Hotel. Imprimi uma lista de lugares tanto no Upper West Side quanto no Upper East Side. Eu não sabia a diferença entre os dois, mas Camila saberia.
Depois de ligar para alguns dos números, marquei um horário para olhar um lugar no East Side depois que ela voltasse do trabalho.
Examinei minha programação de beisebol para os próximos três meses, prestando mais atenção para aqueles dias em que eu não estaria ali.
O time viajaria logo para uma excursão de onze dias, e fiquei pensando se Camila poderia ir a qualquer um dos jogos distantes.
Sabia que era uma bobagem pensar nisso, mas era um tanto ruim que Camila trabalhasse em período integral.
Significava que nunca ficaríamos juntos quando eu jogasse em excursão. E eu ficaria viajando a uma média de dezessete dias por mês.
É um longo tempo para ficar sem ver a namorada. Eu nunca admitiria isso para ela, no entanto, e sabia que querê-la em torno de mim o tempo todo era egoísta. Especialmente depois de tudo que eu lhe fizera passar.
Ela se mudara para Nova York para seguir seus próprios sonhos e eu queria dar força a ela. Independentemente de minhas besteiras cheias de orgulho, eu honestamente odiava que ela ficasse ali sozinha.
A imprensa e os fãs me estressavam e eu precisava saber que ela estava protegida quando eu não estava por perto. Precisávamos nos mudar para algum lugar com porteiro em período integral o quanto antes — antes que eu perdesse meu maldito juízo.
E se eu comprar um cachorro para ela? Eu sempre quis um cachorro.
Jesus, Mendes, não há nada que não tenha a ver com você?
Colocando meu boné de beisebol, saí do nosso edifício e rumei para a estação de metrô. A brisa fria açoitava meu rosto, e o sol era tão brilhante que eu quase voltei para pegar meus óculos de sol.
Camila me mandara mensagens sobre os caminhos para o restaurante onde nos encontraríamos para almoçar, já que eu não tinha nenhuma ideia sobre para onde me dirigia ou o que estava fazendo.
Fiquei meio tentado a ligar para Matteo e pedir para que ele me levasse, mas eu sabia que Camila pegaria no meu pé por não adquirir "a experiência de Nova York", como gostava de chamar. Além disso, precisava aprender a me orientar pelos meus caminhos.
Desci as escadas para o metrô, parando na primeira máquina de venda disponível que encontrei. Pus uma nota de dez dólares em sua fenda, e um Cartão do Metrô azul e amarelo saiu.
Dando uma olhada ao redor, observei as pessoas enfiando seus cartões nos leitores eletrônicos antes de atravessar as catracas.
Lembranças de ter visitado a Disneylândia quando menino passaram em clarões por minha mente quando enfiei meu cartão. A luz ficou verde e a catraca se destrancou com um clique. Empurrei-a para passar, sentindo-me como um turista totalmente perdido e esperando que ninguém me reconhecesse.
Descendo por um novo lance de escadas, cheguei à plataforma do metrô. Que viagem. A iluminação era mais opaca e o ar mais úmido aqui embaixo.
Um cara no extremo da plataforma batia sobre alguns tambores e o som viajava de alto a baixo pela estação. A ideia de ter minhas costas desprotegidas não me agradava, de modo que me encostei à parede e esperei o trem chegar. Os freios guincharam quando o trem estacionou, a voz do condutor aparecendo e desaparecendo.