Shawn
Esperei por Camila no sofá na pequena sala de estar.
Olhando ao redor, inspecionei todo o pequeno apartamento e pensei comigo mesmo que precisaríamos de um lugar maior em breve. E eu precisava de um cômodo para ginástica. Mas poderíamos lidar com isso depois.
Ela saiu de pijamas, pegou uma das caixas de pizza e a lançou sobre a mesa de café perto de nossas pernas.
— Estou pronta agora.
Entrei no saguão do edifício do apartamento de Camila e fui imediatamente saudado por um homem idoso que trajava um terno cinza-escuro e uma gravata-borboleta preta. O rosto gentil do porteiro quase acalmou meus nervos agitados.
Quase.
"Boa noite, senhor. Posso ajudá-lo?", ele perguntou, examinando os pacotes em meus braços com curiosidade.
"Sim." Forcei um sorriso antes de perguntar. "Estava pensando se você poderia me ajudar a carregar..." Eu me movi em direção a ele e coloquei os pacotes cuidadosamente sobre o piso ladrilhado. Seus olhos dispararam entre a minha agora revelada camiseta do Mets e as caixas aos meus pés. Pude sentir que ele estava nervoso ou talvez fosse cautela o que eu estava percebendo, mas imediatamente quis deixá-lo à vontade. "São para Camila Cabello. Ela mora aqui."
Um sorriso largo cobriu seu rosto, substituindo a incerteza.
"Eu conheço a Srta. Cabello. Garota adorável. Talentosa, também." Eu conhecia aquele tom. Era de orgulho, e até o porteiro do edifício do apartamento de Camila sentia isso por ela.
"Sim, ela é." Estendi minha mão em sua direção. "Sou Shawn."
"Fred. Como posso ajudá-lo, Shawn?", ele perguntou, pegando minha mão com mais força do que eu esperava.
Fiquei pensando por um momento no quanto poderia revelar a este estranho e como fazer isso.
"É uma longa curta história, Camila era minha garota. Mas eu fodi com tudo e a perdi." Eu olhei para ele com um ar de desculpa depois que havia dito o palavrão. Se vovó me ouvisse falar desse jeito a uma pessoa mais velha, ela me daria um soco na cabeça. "Sinto muito pelo linguajar..."
"Tudo bem. Continue." Fred se inclinou sobre a escrivaninha da recepção, seus olhos faiscando de interesse.
"Estou aqui para tê-la de volta. Cada um destes pacotes é um presente diferente. Preciso que eles cheguem a ela, mas não devo ser eu a entregá-los." Minha voz tremia enquanto eu tentava explicar. "Estou conseguindo me fazer entender?"
"Sim." Ele sorriu outra vez. "Eles vão todos juntos de uma vez só?"
Joguei minhas mãos para o alto, agradecido pela pergunta.
"Não!", gritei de forma um pouco agressiva. "Sinto muito. Eles vão separadamente. Há uma ordem para eles."
"Você sabe qual presente vai primeiro?"
Baixei os olhos sobre meus pés.
"Sim. Mas é realmente muito pesado."
"Está bem. Aqui, vamos esconder o resto atrás da escrivaninha. Só para o caso de ela querer descer para pegar o primeiro."
"Certo, então, qual é o plano?" Encarei o homem de quem agora me achava dependente.
"Interfonarei para ela e informarei que um pacote chegou. Ela pode decidir se quer descer para pegá-lo ou se quer que eu o leve lá para cima. Vamos partir daí."