VERMELHOCOMOSANGUE

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(Amores, as postagens continuarão às segundas, quartas e sextas. Mas amanhã não terei como postar, então adiantei o capítulo de amanhã pra hj!!)

Ruggero ainda está eufórico com a minha idéia e eu não posso dizer que estou menos do que ele, porque seria mentira.
É engraçado como a empolgação dele me deixa mais empolgada.

A verdade verdadeira é que eu estou quase flutuando pela sala de tanta felicidade!

─ Vou mandar um pessoal ir às ruas para fazer uma pesquisa de campo, como você sugeriu, o que acha? Se formos para as gravações já preparados talvez possamos fazer mudanças no roteiro do comercial, nas falas... Isso seria interessante. ─ Ele tira o fone do gancho e aperta um número. ─ Oi, Jorge? Veja o e-mail que lhe mandei agora. Isso... Exatamente. Repasse para o pessoal da pesquisa e diga que é urgente. Ok. ─ Então desliga.

Quando ele finalmente se senta, percebo que está muito corado pela animação.

─ Acho que você está com tudo sob controle, não é? E sim, é uma boa idéia ir às ruas para falar com o pessoal e escutá-los. O cliente sempre tem algo a dizer sobre o produto, garanto.

Ruggero para por um segundo e me olha, então sorri.

É um sorriso espontâneo, sabe? Um daqueles sorrisos que você oferece a alguém no meio de um café da manhã com o sol brilhando de fundo, um pão quentinho sobre a mesa e um café fumegante lançando fumaça entre vocês.

Um sorriso que significa... paz.

Solto o ar com força ao me dar conta de que o estava prendendo.

─ Obrigado, Karol. Obrigado de verdade. Não sabe como isso é importante para mim e por mais que eu demonstre segurança, há momentos em que sinto que estou a um passo de colocar essa empresa no buraco.

Abano a cabeça com ênfase e me curvo para frente, estendendo a mão para tocar na sua por cima do tampo da mesa e das agendas.

─ Todos nós somos passiveis de erro e de nos desesperar. É normal. Mas eu acho que você precisa parar de tentar ser o que o seu pai esperava que você fosse, entende? Ruggero, você me passa tanta confiança, então não entendo como pode achar que seria capaz de prejudicar a empresa. Juro.

Ele recolhe a mão, fugindo do meu toque.

Encolho os dedos e me endireito na cadeira, pigarreando.

─ Eu agradeço os elogios, mas... enfim... Acho que preciso reprogramar a campanha, os detalhes... O que acha de depois de amanhã irmos até o ponto das artesãs? Será tempo o suficiente para preparar tudo.

Assinto.

─ Claro, como quiser.

─ Mas amanhã eu gostaria que fosse comigo até um estúdio fechado de uma amiga. Ela trabalha em um projeto muito interessante que fala sobre a mulher moderna, sobre estar fora dos padrões impostos pela sociedade... É um projeto muito bonito e talvez eu possa conseguir modelos para a nossa campanha, além, claro, das artesãs, se elas quiserem participar.

Meu sorriso ressurge ao pensar naquilo.

─ Eu topo! Vou com certeza!

─ Perfeito! ─ Ruggero apanha uma das agendas e rabisca algo, depois liga para a Lorena e pede que ela marque um horário com uma moça chamada Samantha, que é a tal dona do estúdio. Após desligar, ele começa a digitar no computador, mas entre uma teclada e outra diz: ─ Eu sei que a sua vinda para a minha vida não diz respeito a nada disso, mas eu juro que não serei um bom homem para a Laura se o meu trabalho estiver ruim. Essa empresa é uma das coisas que eu mais amo, porque foi erguida com o suor do homem que mais admiro.

Trago Seu Amor em 7 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora