Trago Seu Amor em 7 Dias

EPÍLOGO- OQUEVEMDEPOISDOFIM?

Anos depois...

A calcinha vermelha de renda que eu comprei no último fim de semana era menor do que eu imaginava, mas mesmo assim eu teimei em usá-la logo hoje.
Definitivamente o meu juízo está nos pés, porque não é nem um pouco passível de explicação que eu a tenha escolhido para usar justamente no dia da minha formatura da faculdade.

Ok. Eu não queria marcar o vestido super sexy e elegante que ganhei da mamãe e da Valentina, mas com certeza eu ficaria com a pele toda vermelha no lugar das tiras finas que contornam a minha cintura, porque aquela coisa estava me apertando horrores.

No entanto, apesar de tudo isso, eu estava feliz pra caramba!

Puta que pariu quatro vezes! EUMEFORMEI!

Estou com o braço erguido acima da cabeça e seguro o meu diploma em formato de canudo azul que um professor me entregou durante a cerimônia. Estou de pé no palco que montaram no enorme salão de festas da faculdade e não consigo parar de sorrir.

Logo adiante na platéia, consigo ver a mamãe me filmando e sorrindo, o papai chorando, mas muito feliz, a Valentina e o Bartolomeu tirando mil fotos e, claro, a Maddy com a tela do celular virada na minha direção para que o 'bebê' dela pudesse assistir a minha formatura através de uma chamada de vídeo já que ele estava na Alemanha numa viagem de negócios.

Todos pareciam exultantes e orgulhosos – e eu também estava assim.

Quando anunciam o próximo aluno que vai subir para receber o diploma, sigo o caminho indicado por outro professor e desço os quatro degraus, mas nem me concentro na possível possibilidade de prender o bico do salto na barra do vestido ou da bata azul que me mandaram usar para a cerimônia; na verdade, estou completamente presa no sorriso do homem que me espera com a mão estendida, com os olhos lacrimejantes e um sorriso estonteante nos lábios.

Seguro na mão do meu namorado e sou puxada para ele. Nossos lábios colidem em um beijo rápido, porém apaixonado.

Ruggero encosta a testa na minha e contorna minha cintura com o braço.

─ Parabéns, amor. ─ Sussurra só pra mim.

Abro um sorriso e quase me derreto com aquele tom de voz tão doce.

─ Obrigada por estar aqui.

─ Obrigado por estar aqui. ─ Ele pousa a mão no próprio peito bem em cima do coração.

Afasto-me ligeiramente e lhe ofereço um sorriso bobo que o Ruggero logo retribui.

Não demora muito para que a coordenadora nos peça para nos juntarmos ao pessoal da plateia.
Quer dizer, o Ruggero vai, já eu preciso ficar do outro lado do salão com o resto da turma, porque iremos tirar algumas fotos.

Se bem que o meu amável e extravagante namorado tratou de contratar uma equipe enorme de fotógrafos para fazer um book gigante com todos os detalhes da formatura. E eu até tentei dissuadi-lo, mas o Ruggero é teimoso como uma porta e cismou que seria o seu presente para mim.

Como se ele não ficasse o tempo inteiro me presenteando só pelo fato de respirar...

A nossa convivência era boa, passávamos um tempo no apartamento dele e um tempo na minha casa, porque o papai havia comprado uma casinha pra ele em Búzios, afinal estava se aposentando e cismou que queria morar perto do mar e entrar para o clube de corrida dos jovens idosos que participavam de vários esportes por ali.

No fundo, no fundo mesmo, acho que ele pensou que envelhecer perto da mamãe seria uma boa forma de encerrar a vida.

E ninguém pareceu ficar mal por isso, então eu lhe apoiei. Eles se resolviam bem, eram todos amigos, principalmente ele e o Bartolomeu.