CAPÍTULO 11
MentirasTrabalhar no hospital não era nada fácil. Muitos pacientes eram mal educados, doentes demais, velhos demais, mentirosos...
Um exemplo de pacientes mentirosos era Dona Eun. Apesar de amar-lá, suas mentiras descaradas apenas para ficar internada no hospital eram difíceis de lidar.
Todos os meses, a senhora adentrava o hospital com algum sintoma simples, nem que fosse uma dor de cabeça por conta da pressão alta - que muitas vezes era ocasionada pela irresponsabilidade de não tomar o remédio próprio de propósito - sempre adianto o máximo para fazer exames que podiam a diagnosticar.
Odiava pacientes mentirosos, mas entendia Dona Eun. No início de minha internação no Kangbuk, senhor Min entrou pela porta da emergência desmaiado, com o enfermeiro alegando que sua esposa demorou para pedir a ambulância porque o medicou em casa e confiava fielmente no remédio que havia lhe dado.
Seus sinais vitais eram fracos, dedurando que já havia vindo para a emergência metade morto. Sendo perfurado com o coquetel de adrenalina para o evitar o infarto minutos depois de ter chegado.
Por fim, morrendo mesmo depois de todo o nosso esforço e dedicação.
A relação entre paciente e médico é complicada, e ficava cada vez mais. Minha relação entre Dona Eun era como uma amizade, uma avó adotada. Já com Jeon, era complicado.
Jungkook foi o paciente que mentiu mais para mim e o que mais me machucou com essas mentiras. Eram sujas, falsas, nojentas. Como alguém pode arriscar meu emprego e me beijar? Como ele conseguia olhar para mim e falar que sentia muito?
Ele era mais um mero sinônimo de erro para mim.
Estava feliz por vê-lo de volta, muito feliz. Mas quando meus olhos bateram o saco plástico transparente em cima da mesa de jantar, minha raiva me consumiu. O saco continha pílulas, drogas de diversas cores, tamanhos e formatos diferentes.
Decidido a sair daquele apartamento o quanto antes possível, batendo com força a porta da frente já chorando, balançando os pés ansiando pela chegada do elevador velho.
- Que barulho foi este? - Uma voz feminina murmura.
- Me perdoe s-senhora... - focado em encarar o chão, murmuro de volta.
- Taehyung? O que está fazendo aqui garoto?
A figura pouco corcunda e baixa de Eun aparece ao meu lado, tocando as minhas costelas por cima do pijama hospitalar.
- D-Dona Eun? O que a senhora está fazendo aqui?
- Eu moro aqui querido... - o dedão enrugado fazia carinho em minhas costelas. - Está chorando? - Secou uma lágrima que fugiu e concordo com a cabeça. - Você quer entrar? Posso fazer um chá...
- Prefiro ir para casa, senhora...
- Então me diz... O que está te chateando, querido? - Ela me vira de frente a sua figura, ignorando o grito abafado de dor que saia do apartamento de Jeon.
- Jungkook...
Sem pressa, ela roteia as duas mãos em minha nuca, trazendo meu rosto até seu ombro. Me deixando chorar o quanto doía, acariciando meus cabelos.
- Ele é muito novo para entender o bom da vida Tae... Deixe-o pensar nas ações dele... - Minha cabeça não processava o porquê da senhora estar falando aquilo. Estava cansado o suficiente para desmaiar nos braços fracos de Eun.
- E-Eu só quero ir para casa...
- Então vá querido... Vou falar com o irmão de Jungkook está bem, ok? Vou pedir-lo para tentar jogar um balde de água fria na cabecinha maluca dele por você... - ela sorri, usando o polegar para secar as lágrimas que molhavam as minhas bochechas.
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FLUTUA-ME ˒ kth + jjk
ActionTaehyung é aquele tipo de pessoa que trabalha, estuda, visita a mãe e frequenta um único bar com sua única amiga, vivendo uma vida, quase, parada. O contrário de Jeon Jungkook. Existia um estereótipo em seu local de trabalho a ser seguido fielmente...