impecável

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CAPÍTULO 14
Impecável

Meu peito ardia em uma simples puxada de ar. Minha cabeça doía ao encontrar a luz amarela do abajur ao meu lado e com o celular brilhava com mensagens chegando.

Sua tela estava quebrada, lascada em algumas dezenas de pedacinhos de vidro quebrado, mas não interrompia nada do seu funcionamento.

Eu ficaria com medo de pensar sobre a noite passada depois que a consciência voltasse ao meu corpo de pouco em pouco. Porém as memórias vieram em vão. Um homem, eu e Namjoon.

Eu atirei no homem.

Mas eu nunca havia quebrado um celular antes.

O homem cai para trás, tocando desesperadamente seu ombro direito com sua roupa rasgada e o sangue escorrendo pelo tecido de pouco a pouco. Depois disso, minha mente se recusa a lembrar de algo.

Um apagão.

Lembro das vozes me gritando de fundo enquanto eu tinha a visão privilegiada do massivo estrago que estava aquela sala. Meu corpo deitado no chão, com Namjoon me sacudindo e gritando várias coisas e o homem apoiado na parede,tentando de tudo estancar o próprio sangue, correndo do lugar com dificuldade segundo depois que meus olhos vêem ele.

Mas como eu havia quebrado meu celular?

Meus dedos deslizam pela tela quebrada, sentindo um pequeno incômodo ao sentir um minúsculo caco de vidro adentrar pelas linhas da minha digital, apertando o botão que pouco funcionava para ligar novamente o aparelho.

Das poucas mensagens importantes que haviam chegado, meus olhos apertados checaram uma de Namjoon.

Namjoon:

Jungkook-ssi, eu te deixei em casa depois do que aconteceu na boate mas eu peço que não se desespere. Você não matou aquele homem, ele saiu correndo do lugar um pouco depois que você desmaiou. Eu e Yoongi não descobrimos quem era e porque tentou me matar, mas não desistimos. Espero que esteja tudo bem. Me encontre no escritório as seis da tarde. [05:48]

Meu estômago revira, minha mente consegue latejar mais do que eu imaginava e sinto minha boca secar por completo. Tendo que abrir meus lábios colados para beber o copo d'água antigo que estava da cabeceira, checando o celular.

Eu reviro ele na mão, tentando lembrar como eu havia feito isso.

Uma das bordas estava amassada, um pouco mais funda, comparada com as outras, o estado de sua tela estava deplorável dificultando até a leitura das letras esboçadas.

Eu não sabia como eu iria pagar o conserto deste celular - se houvesse concerto -, muito menos sabia onde iria consertar.

Namjoon não me deixou brecha alguma de como eu havia quebrado o aparelho, apenas me garantiu que eu não havia matado aquele homem.

Então eu quase matei um homem.

Ser preso não era uma coisa que me preocupava, porque o homem estava lá para matar também. Me matar a mandado de quem?

Meus olhos sonolentos lacrimejam, ajeitando a barra da calça que se fazia presente em meu corpo, levantando o corpo da cama quentinha.

Sinceramente, eu poderia continuar a dormir me forçando a não pensar no dia de ontem. Mas minha cabeça não iria me permitir dormir.

Eu consigo me enfiar no banho, deixando a água gelada cair pelo meu corpo tenso. Tentando não abrir os olhos e não sentir o incômodo da luz em meus lumes.

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⏰ Última atualização: Nov 04, 2023 ⏰

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