caos interno

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CAPÍTULO 13
Caos interno

- TAEHYUNG, NA EMERGÊNCIA AGORA!

O meu cabelo caia.

Eu passava a mão o penteando para cima e alguns fios soltavam do meu coro cabeludo. Durante o banho, o ralo quase entupia de tantos cabelos que saíam da minha mão pela lavagem. Câncer não era algo que estava na lista de qual era meu problema, pelo contrário, estava devidamente saudável e com todos os exames em dia.

Era estresse excessivo.

Meu corpo não suportava a minha cabeça com milhões de pensamentos, que continuavam, até mesmo dormindo. Me sentia fraco apenas de fechar os olhos e tentar pensar em algo que realmente iria adicionar em minha vida.

Eu estava fraco de pensar.

Horas antes de ouvir meu nome ser ecoado pelo corredor, eu estava frente a frente com os meus piores pesadelos. Tinham duas adolescentes, uma estava com dor de estômago e a outra sentia cólica, grávida. Um casal de idosos, o moço estava com um corte na mão, pouco profundo mas era necessário pontos, cinco para ser mais exato, apenas porque queria fazer uma casa na árvore para seu neto. Uma mulher, solteira, que tinha apenas uma apendicite que seria tecnicamente e medicamente fácil de tratar. E mais alguns casos básicos que apareciam ali todos os dias.

Atraído pela história, eu suturava a mão do idoso, ouvindo as pequenas broncas de sua mulher, que estava calma.

- Eu disse que você iria se machucar Yuko! - A mulher coça a testa, falando baixo para não incomodar os demais na emergência.

- Quando eu disse para você não fazer aquele bolo que fez você se queimar, você não me escutou... Isso é apenas um cortezinho, eu queria fazer nosso neto feliz! - O homem argumenta, e eu sorrio sem mostrar os dentes.

- Você, meu querido, deixaria sua mulher se machucar assim? - A idosa me pergunta, levantando o olhar para ela.

- Senhora... Eu não sou casado...

- Porque não? Aposto que todas as mulheres desse hospital são caidinhas por você!

Eu não respondo o comentário, falso, mas sorrio e levanto as sobrancelhas, voltando a atenção para o corte.

Eram mais ou menos meio-dia, hora do almoço, e por mais que sempre que eu estivesse na emergência não sentia um pingo de fome, meu estômago hoje, roncava.

Ajudado pela enfermeira amiga, atendemos alguns pacientes da emergência e deixamos os restantes sob tutela de outros médicos que estavam de plantão. Andando calmamente ao lado de Mina até o refeitório.

- Hoje é frango com batata doce. - Mina fala.

- Mentira? Você sabe que eu odeio frango com batata doce! Poderia ter pelo menos me avisado! - Bato minhas mãos no quadril, formando um bico nos meus lábios.

- É brincadeira idiota, Hoseok pediu para eu falar isso para você e ver sua reação!

- Tá amiguinha do Hoseok agora? Não era ele que me "roubava de você"?

Vejo a enfermeira abrir a porta do refeitório, se virando a mim e mostrando o dedo do meio, prensando os lábios uns nos outros.

- Quero cortar o cabelo... - falo, passando a bandeja azul pelo o apoio de metal, pegando os alimentos que eu queria expostos ali.

- Eu se fosse você... não cortava, daqui a pouco tá careca de tanto que o seu cabelo cai... - Mina se vira, tirando com os dedos um cabelo caído no pijama hospitalar.

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