O PUNHAL DE SETEMBRO.

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3h - 26 de Setembro de 2012

Fazem duas semanas que não consigo
Pregar os olhos e dormir
14 dias em que viro de um lado a outro
Durante as gélidas madrugadas e penso em você
Meu coração se quebra ao saber que se encontra tão longe de mim e que está sozinho dentro daquela sala tão conturbada e repleta do mais solitário frio.

Enquanto escuto o som das árvores
Que insistem em balançar com o vento que agora não mais sussurra, e sim, grita por entre as tubulações, lágrimas caem de meus olhos e não posso conte-las
Não posso e não quero.
Preciso desligar minha mente por alguns segundos...
Tudo se faz caótico dentro de mim

A minha alma grita na esperança de que possa me ouvir
Ao mesmo tempo, minha mente me diz que ainda que eu queira, você não está pensando em mim
Apesar de tudo, não posso e não vou te julgar por tamanha futilidade
Eu já não suporto mais viver com a dúvida que tanto me assombra, a cada dia fica mais difícil lidar com a incerteza...

Será que voltarei a te ver ?
Será que finalmente poderei te tocar de novo?
Te dar o abraço caloroso que agora se faz o meu mais intenso desejo?
Tento confiar em qualquer coisa que me traga conforto e a mínima esperança de que você vá voltar, e de que tudo isso irá passar...
Eu te vejo em tudo
Em todos os lugares
E tudo me lembra você
A sua distância é tão dolorosa
E não queria ter que descobrir como é a vida sem você.

Eu caio em prantos
E me canso de viver em tanta angústia
Só queria ter a notícia de estás voltando para mim.
Estar distante de você, me forçou a acreditar no além, em qualquer coisa, e qualquer outra divindade  que possa estar ouvindo minha dor e que possa te salvar.
Logo eu, que vivia descrente e não tinha mais esperanças, me vi de joelhos, pela primeira vez em muito tempo, confiando minha angústia e o meu mais forte desejo de te reencontrar à um ser que diziam ser onipresente...

Perdi as forças
E as lágrimas secaram
Agora me derramo
Interiormente
Minha alma está em chamas
Em aflição
Por não ter a certeza de que tudo acabará bem...

O som estridente do telefone velho
Ecoa pelos corredores da casa
Durante o breu de mais uma noite inquieta
Senti o frio na barriga que há tempos não sentia
São 3 da manhã...
Todos estão em silêncio
Inconscientes...
Pensei estar prestes a finalmente fechar os olhos
Mas enganada estava, pois ao ouvir o chamado, meus olhos se arregalaram inevitavelmente, meu coração acelerava-se como um trem imponente que solta sua buzina gritante passando a mensagem de que: "SAIAM TODOS DA FRENTE, ou derrubarei sem pena, quem insistir em na desobediência de me encarar"

E então, a notícia que me recusei a ouvir
Foi avassaladora e me atravessou como um punhal
Você havia partido
Me deixou aqui sozinha
E Deus? Não me ouviu
Porquê? Porquê? Porquê?
Era só o que se passava em minha cabeça
Como acreditar que ele existe, se quando eu mais confiei, ele virou as costas para meu clamor?
Hoje fazem 10 anos sem você
10 anos sem te ver
10 anos em que sonho com você
10 anos em que almejo te ver. 



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