Capítulo 11: Planos e onda de calor

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Caralho. Eu sou muito burro. William e Felipe mostram uma gama de documentos para nós. A Izzy desistiu de entender há muito tempo. A Nicky acompanha atentamente, até descubro que ela fez faculdade de administração, então, compreendia um termo ou outro.

Eu quero ajudar mais o Miguel, porém, isso está além do meu conhecimento. Sou um jumento que largou o ensino médio e passou a se prostituir. Droga! O meu celular apita e chama a atenção de todos. É uma mensagem de um cliente.

***

Roberto:

Quero muito você hoje. Dou 300.

***

— Inferno! — grito, chamando a atenção de todos. — Opa, desculpa. Tenho uma reunião de trabalho.

— Reunião, esse horário? — questionou William, prendendo os cabelos com uma liga da Izzy.

— Sim, eu...

— O Stefano trabalha em uma startup. — Miguel me corta e mente para os amigos. Eu nem fico chateado, porque faria a mesma coisa.

— Sim. Vocês podem ficar à vontade. Vou me arrumar. — levantei e deixei o grupo.

Tomo um banho rápido. Coloco as minhas melhores roupas para a reunião da startup. Pensando bem, eu sou um empresário, mas vendo o meu corpo, ou seja, o Miguel não mentiu, porém, sentiu vergonha da minha profissão.

Pego o vidro de "Kaik", o perfume que uso à noite. Passo no pescoço e pulsos. O Miguel entra no quarto. Por um minuto, eu paro o que estou fazendo e olha para o meu colega de quarto.

Como ele não diz nada, eu coloco o relógio e um chapéu branco para combinar com o meu look.

— Desculpa, Stef. — lamentou Miguel.

Droga. Aqueles olhinhos verdes são penetrantes. O Miguel é um cara franzino. Parece aqueles cachorros que caem do caminhão de mudança. Ele está usando um moletom verde pastel, uma roupa que realça o seu cabelo rosa.

— Desculpa? Você não me ofendeu. — tentei desconversar.

— Eu menti para os meus amigos. Só não quero que ninguém te julgue. você tem sido tão bom comigo.

— Você se importa, você se importa se eu sou um garoto de programa?

— Eu não tenho porque me importar, Stefano. Você é um cara turrão, mas no fundo é doce e tem um ótimo coração. Essas qualidades são mais importantes que um trabalho. — Miguel argumenta, me deixando sem palavras. — Esses últimos dias só provam a minha teoria.

— Tudo bem. — disse. — Está desculpado.

Eu dou três passos e abraço o Miguel. Os meus braços conseguem dar a volta nele. O Miguel é um cara delicado. Eu não coloco muita força no abraço. O perfume dele é doce e embriagante.

— Eu só me importo com o que você pensa. — digo no ouvido dele, então, saio do quarto e sigo para mais uma noite de trabalho.

Eu estou louco. Não existe outra explicação para a confusão mental que se instaura dentro de mim. Podem me mandar para a porra do hospício. Nunca deixei ninguém driblar os meus sentimentos, quer dizer, o Miguel não é ninguém, né? Ele é especial. Ele é único. Ele me deixa louco de tesão.

Ok. Eis que vai me questionar: "mas, Stefano, você é garoto de programa, logo, deve viver com tesão?". Eu não fico com o pau duro 24 horas por dia. Eu não penso em sexo 24 horas por dia. Na maioria das vezes, preciso tomar um remédio para enrijecer o meu pênis. Nas outras, ele apenas obedece, como se fosse um ator preparado para subir ao palco. Enfim, o meu trabalho.

Apenas uma regraOnde histórias criam vida. Descubra agora