Capítulo 16: Encontros

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A melhor parte do treinamento? O boxe. Caralho, eu sou apaixonado pela modalidade. De acordo com o Júnior, o meu personal trainer, o boxe era uma modalidade clandestina que conseguiu evoluir e se tornou um evento olímpico.

Há duas maneiras de escolher um vencedor de uma luta de boxe: pelo número de golpes contabilizados pelos juízes e através do K.O (knock out). Ou seja, você ganha por força bruta ou agilidade. Foda, né? Eu, pelo menos, acho que é.

— Quer dizer que o burguesinho te conquistou? — perguntou Júnior, guardando as luvas de box, após pegar uma surra de mim.

— Vai se foder, caralho. Respeita o meu mino. — esbravejei.

— Eu sou mais bonito e musculoso! — gritou Júnior de dentro do almoxarifado da academia do condomínio.

— Ele é um filezinho, porra. Nunca achei um cara tão gostoso. Desculpa, J, mas esse pedaço de mau caminho já tem dono. — falei, sorrindo e dando um pescotapa em Júnior, que protestou.

— Claro. Quero ver até onde vai o amor. Afinal, você ainda vai ter que trabalhar, né? Garoto de Programa não tem sorte no amor, Stefano. Não viaja. Já vi vários clientes se fodendo por causa de relacionamentos fracassados. — comentou Júnior, pegando a bolsa e a chave do carro.

— Vai agourar a puta da tua mãe.

— Te vejo semana que vem?

— Claro. Vem preparado para outra surra.

Os dias seguiram no marasmo, quer dizer, sexo extremo. Comi o Miguel em todos os lugares do apartamento. Sala, cozinha, quarto, banheiro, varanda e área de serviço. Inclusive, transar com a máquina de lavar ligada é um tesão.

Aproveitamos uma viagem da Nicky e Izzy. Elas foram gravar um pornô no Rio de Janeiro, ou seja, dinheiro extra entrando na casa. Assim pude descansar dos programas, porque a Izzy prometeu pagar os próximos dois aluguéis. Eu estava com dinheiro guardado para qualquer emergência, então, curti o meu gato.

— Você é muito gostoso, Miguel. — disse ofegante, depois de uma sessão colossal de sexo.

— Claro, falou o profissional, né? Eu sou apenas um estagiário. — brincou Miguel, limpando o suor da testa e saindo de cima de mim.

— Você é um ótimo aluno. — afirmei, tirando a camisinha do pau e jogando fora.

Depois do sexo, o Miguel preparou um sanduiche de atum. Fomos para a sala e assistimos um filme romântico, o preferido dele. Até que foi legal, eu não dormi. A história mostrava a saga de um casal que era separado por problemas de saúde. Eles tinham uma boa química.

À noite, o frio apertou. Uma notícia da TV informou que vários moradores de rua estavam sofrendo devido ao clima. Escolhi alguns edredons antigos e deixei na caixa de doações do condomínio. Já passei muito perrengue nessa cidade e não desejo o mesmo para ninguém.

Voltei para o apartamento e encontrei o Miguel com cara de cú. Ele estava nervoso. De início não entendi, mas aparentemente, o Klaus recebeu uma de suas mensagens e pediu um encontro.

— Calma, Garoto Zumbi. Ele não pode te fazer mal. — garanti o abraçando.

— São quase dois meses fugindo do titio. E, parece que ele não tem nada haver com a surra que levei, ou seja, alguém está armando. — deduziu Miguel se aninhando em meus braços.

— Primeiro, você vai marcar em um lugar público. Segundo, vou acompanhar todo o encontro, de longe, mas vigilante. Vamos ficar nos comunicando pelo celular, assim posso ouvir tudo. — eu sugeri, afinal, não queria deixar o Miguel sozinho.

Apenas uma regraOnde histórias criam vida. Descubra agora