Quem diria que a vida iria me tornar uma pessoa odiosa
Não me lembro da última vez em que estive verdadeiramente satisfeito
Talvez eu não devesse agir como uma criatura nervosa
Mas eu sempre encontro algo em que possa botar defeitoPessoas felizes me irritam
Como elas ousam demonstrar felicidade?
No meu potencial não acreditam
Sim, eu me lembro de suas palavras ditas com facilidadeEu não tenho auto-confiança
Não consigo ter a auto-estima que outras pessoa têm
Há anos já perdi a esperança
E falta pouquíssimo tempo para eu me frustrar com o enemTalvez não me faça bem sentir tanta raiva
Pessoas vivem suas vidas além do meu entorno
Um ano e meio atrás eu não estava desse jeito, juro, eu não estava
Mas nessa droga de realidade não consegui fazer o contornoSim, eu perdi o controle das minhas emoções
Mas, e daí? Por que isso é tão importante agora?
Coisas mínimas se tornam grandes situações
Situações que levaram toda a minha serenidade emboraEu mudei pra pior, eu sei disso
Não tenho orgulho da pessoa que me tornei
Eu escondo mágoas, angústia e ódio por baixo de um sorriso postiço
E sinto que cada vez mais ao fundo do poço chegueiQuem liga pra mim, afinal de contas?
Se ligassem de verdade, saberiam da minha inquietude
Há tempos fiz questão de cortar as pontas
Mas ainda não consegui chegar à plenitudeNão tenho amigos na escola
Não poder falar me frustra mais e mais
Cada pingo de atenção é como uma esmola
Eu só queria poder provar que também sou capazBom, talvez eu não seja
Dane-se tudo isso
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aonde foram as borboletas • volume 1
PoetryUma coletânea de poemas sobre ansiedade, medos e inseguranças. "Meu estômago se enche de borboletas. Então é aí que elas estão?" • • • • • • #3 em poesia (03/10/2021) #2 em poesia (04/10/2021) #12 em poesia (06/04/2022)