Quem Foi Que Matou?

Cap. 7

• Lembra-te •

–"Quem eu sou? Quem eu sou?! Eu te mostro quem eu sou!" – Os pensamentos de Victoria gritavam em sua mente. Estava confusa e cansada depois de correr daquele jeito.

Já mais calma, Victoria tenta imaginar a série de acontecimentos que a levaram a essa situação.

Porém sua mente estava acelerada demais para pensar corretamente.

A aluna da tapas na própria cabeça na esperança de que aquilo a fizesse pensar melhor.

– Idiota! Você tinha que correr?! Você sempre corre! – Victoria da um soco na parede de tijolos do seu lado, esvaziando totalmente seus pensamentos, agora distraída pela dor em sua mão.

Ela balança o pulso tentando expulsar a dor, aproveitando o tempo para olhar em volta já que estava confusa demais para correr e pensar ao mesmo tempo.

Ela tentava, mas não conseguia se localizar, parecia um lugar escondido do campus.

Antes que pudesse pensar em qualquer outra coisa, Victoria escuta ser chamada por uma voz impaciente perto dali.

– Victoria? Mas que droga me responde, mulher!

A aluna começa a procurar pela dona da voz quando uma silhueta familiar aparece na esquina da parede de tijolos.

– Luana. – O nome escapa da boca de Victoria, agora imobilizada pela presença da melhor amiga. Era justamente de quem precisava.

Luana sempre foi seu porto seguro, alguém que sempre esteve ao seu lado.

Parece que ela sentia quando algo estava errado.

– Amiga, eu estava te procurando! Ai eu te vi correr do nada e resolvi seguir, parecia até que... – Luana para no meio da frase – Espera... Você está tremendo...?

Victoria olha para as suas mãos abertas, confirmando a suspeita da amiga.

Ela olha novamente para a melhor amiga, sua visão estava embaçando.

E então uma lágrima escorre em seu rosto.

Luana rapidamente a abraça, fazendo Victoria desabar ainda mais em seus braços. – Vamos para o meu quarto, parece que você teve um dia longo.

A aluna concorda com a amiga, ainda abraçada a ela. Então elas vão em direção ao quarto.

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– Aqueles filhos da puta... – Luana enfatiza o palavrão, esmagando o travesseiro ao seu lado assim que Victoria termina de explicar o que houve. – Eu conheço eles também, são os cachorrinhos de Ake. Eles fazem qualquer coisa que ela mandar, mas têm medo de serem trocados... O que não me impressiona, já que Lana também não presta.

Luana se levanta assim que termina de falar e vai em direção a um frigobar no canto esquecido da parede, abrindo uma oportunidade para Victoria perguntar.

– De onde vocês duas se conhecem? – Ela começa.

– Nós costumávamos estudar juntas.

– onde?

– Aqui mesmo.

– Mas vocês tem idades diferentes, não teria como. – A aluna termina de falar pegando uma bebida oferecida pela amiga.

– Sim, mas você lembra daquelas aulas extracurriculares que só tinha para os alunos nível B e superior, que estenderam para os outros níveis, mas você não pegou porque estava no último ano do fundamental 1? – Luana se senta novamente na cama, enquanto abria a bebida em sua mão. – Nós fazíamos essas aulas... Até que eu meti a porrada nela durante a aula de artes.

– Você... Espera, porque isso não me impressiona? – Victoria cerra os olhos – Ah sim, porque você deitou três moleques no soco durante o primeiro dia de aula. – Victoria observa um sorriso malicioso crescer no rosto de Luana.

– Mas foi para te proteger, se não fosse por mim, você estaria careca naquele dia. – Luana vira o rosto e balança a cabeça cinicamente, tomando um gole de sua bebida.

– Hahaha, sim... Obrigada. – Victoria agradece.

As duas permanecem com um silêncio agradável enquanto drenavam o líquido em seus copos.

Até que Luana corta o silêncio.

– Olha a hora... Se dormirmos tarde não vamos acordar a tempo. – Ela se levanta, pegando o copo de Victoria.

Olhando novamente para a amiga sentada, ela pergunta. – Porque você não dorme aqui hoje? Pela sua cara você não vai ter coragem de olhar na cara da Ake. – O olhar de Victoria se levanta, ao nível dos olhos da outra, com um ar meio assustado.

– E mais uma vez, eu li a sua mente! – Luana exclama, apontando para a amiga.

Cessando as conversas, as duas começam a se preparar para dormir.

Quando voltam para cama, elas se cobrem e dormem, abraçadas uma a outra carinhosamente.

A mente de Victoria finalmente pôde descansar.

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